Ação Aventura Séries

O Incrível Hulk (The Incredible Hulk – 1978)

Emissora: CBS.
Emissora no Brasil: Rede Globo, TV Manchete, USA, Canal 21 e Rede Brasil.
Transmissão Original: de 10 de março de 1978 a 12 de maio de 1982.
Duração: 45 minutos.
Temporadas: 5 (82 episódios).
Cores.
Companhias Produtoras: Marvel Productions e Universal TV.

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O Personagem.


O personagem Incrível Hulk foi criado pelos cartunistas Jack Kirby e Stan Lee, em 1962.

Stan Lee, grande admirador do gênero fantástico, queria criar um personagem inspirado em diversas criaturas da literatura de terror e fantasia: Frankenstein, A Bela e a Fera, O Médico e o Monstro e Lendas de Lobisomem. Depois, explorou com grande habilidade assuntos como Guerra Fria, holocausto nuclear e bombas atômicas, com mensagens anticomunistas. Foi então que veio a ideia para criar O Incrível Hulk.

A história do personagem nos quadrinhos começa quando o cientista, Dr. Robert Bruce Banner, acaba sendo exposto na juventude a raios gamas, enquanto salvava um adolescente durante o teste militar de uma bomba por ele desenvolvida, com isso ele passa a se transformar numa gigantesca criatura verde ao se enfurecer. Conhecido como Hulk, o gigante possui uma enorme força física, resistência física acima do normal, superestamina, incrível resistência mental, fator de cura e transformação instantânea.

O personagem tornou-se um dos mais conhecidos das histórias em quadrinhos. Inicialmente aparecendo em participações secundárias, enfrentando heróis e vilões do universo Marvel e em 1968 ganhando sua própria revista, que explorava o conflito interno de Bruce Banner, em tentar conviver com a força devastadora do monstro preso dentro da alma.

A Série.


Graças ao sucesso alcançado pelo personagem Hulk nos quadrinhos, o produtor da Universal Television, Frank Price, apresentou ao roteirista Kenneth Johnson um contrato para ele criar uma série de televisão baseado no personagem Hulk que ele acabava de adquirir os direitos. Johnson logo se interessou pelo projeto, mas desde que tivesse liberdade para introduzir novas características e elementos à história do personagem.

As mudanças em relação aos quadrinhos começam com o nome do personagem que de Bruce Banner acabou virando David Banner. Sua origem fundada no acidente com raios gama na juventude foi trocada por uma que mostra o cientista trabalhando em seu laboratório quando acontece um acidente que acaba matando seu assistente. Contaminado pelos raios gama, o cientista se transforma no terrível monstro verde.

Os roteiros eram até interessantes. Para uma série juvenil de ficção era interessante ver que grande parte dos episódios girava em torno de temas sociais como alcoolismo, abuso sexual, violência e problemas de saúde. Mesmo assim a série possuía alguns absurdos em seus roteiros, como a notável capacidade que Banner tinha de arranjar um emprego novo a cada semana. Isso sem falar em sua notável coleção de variações de sobrenomes, que inventava em cada cidade que passava: David Bannet, David Belson, David Bannon.

O final de cada episódio era embalado pela triste trilha composta por Joe Harnell, um solo de piano intitulado The Lonely Man Theme, e que ainda hoje vive na memória de todos que viram a série.

Vários atores conceituados na televisão, como Pat Morita (de Karate Kid); Morgan Woodward (de Star Trek) e Gary Graham (de Alien Nation), também fizeram suas participações.

Primeiro os produtores pensaram em Larry Hagman para interpretar o cientista David Banner, já que o ator estava com carreira em destaque nos Estados Unidos, mas seu papel no seriado Jeannie é Um Gênio tinha deixado uma imagem tão forte que era impossível, naquele momento, desassociá-la do Major Nelson. A segunda opção era o popular mágico, ator e comediante Bill Bixby, que já tinha trabalhado em séries como Meu Querido Marciano (My Favorite Martian) e O Mágico (The Magician). Inicialmente Bixby resistiu ao convite, mas acabou cedendo diante do alto contrato.

Alguns nomes foram cogitados para o papel do Gigante Esmeralda. Até o próprio Arnold Schwarzenegger foi contatado, mas alguns produtores o consideraram muito baixo para o papel.

O nome mais forte inicialmente era o do ator Richard Kiel, que interpretou Jaws em dois filmes do agente 007. Acreditavam que ele tinha a altura ideal para o papel, porém, apesar dos 2m17 de altura, ao gravar várias cenas para o episódio piloto do seriado, mas o filho do diretor Kenneth Johnson mencionou que o ator já escolhido, Richard Kiel, não parecia muito com o Hulk, pois não possuía os músculos necessários para interpretar o monstro verde. Em compensação Kiel acabou sendo a voz que narra a abertura da série em sua versão original.

Por fim optaram por Lou Ferrigno, atleta fisiculturista, personal trainner e Mr. Universo. O ator que aos três anos sofreu uma infecção no ouvido, perdendo 80% de sua audição, ficou perfeito interpretando o Hulk. Lou iniciou a carreira em frente ás câmeras no documentário Pumping iron e, com o fim da série O Incrível Hulk, conseguiu ainda estrelar outra série, chamada Trauma Center, que se originou de um episódio da série Duro na Queda, além de filmes baratos como Hércules e Simbad. Recentemente dublou o Hulk no desenho animado dos anos 90, além de ter sido escalado pra uma ponta no filme do heroi de 2003.

Apesar do personagem Hulk aparecer por poucos minutos em cada episódio, a sessão de maquiagem do ator Lou Ferrigno, para deixá-lo verde e com aquela peruca despenteada, durava três horas, começando às cinco da manhã. Devido ao trabalho árduo e horas perdidas na maquiagem, raramente o ator era pintado da cabeça aos pés, como pode ser observado em alguns episódios. Para reduzir o tempo perdido nesse estágio da produção, optaram por não pintar os pés, assim o Hulk usava sapatilhas verdes.

Apesar da força enorme força do ator Lou Ferrigno, comprovada em seus concursos de Mister Universo, ele não precisava se esforçar muito para fazer uma tremenda quebradeira como Hulk. As mesas, portas e objetos quebrados, além de enormes pedras arremessadas, economizava um dinheirão por serem feitas de isopor pintado e moldado.

O personagem David Banner sempre apanhava bastante, ou estava às voltas com situações de perigo antes da transformação, apesar disso, o ator Bill Bixby praticamente não usava seu dublê em suas cenas de ação.

O prenome David foi criado como uma analogia à história de Davi e Golias, a fim de carregar de simbolismo o conflito do cientista (ou médico) com seu alter ego. Mas comenta-se que o estratagema veio mesmo para afastar uma possível conotação homossexual que o nome Bruce trazia à época. E para fugir da aliteração dos nomes típicos das HQs como Peter Parker, Lois Lane, Clark Kent. Mas o nome Bruce não foi descartado. No túmulo de Banner, no episódio piloto, lê-se que seu nome completo era David Bruce Banner.

A História.


O casamento de David Banner terminou quando ele não conseguiu remover os destroços de duas toneladas de metal flamejante de cima de sua esposa após um acidente de carro. O trauma o levou a uma cruzada científica buscando o segredo de uma força sobre-humana. David inicia suas pesquisas e chega a conclusão que duas doses de uma forte irradiação gama pode fazer com que essa misteriosa força apareça. Para comprovar sua teoria, ele mesmo se submete a uma dose de radiação gama, mas algo acaba saindo errado e ele acaba perdendo os sentidos. Quando retorna verifica que recebeu doses muito maiores de radiação, que durante momentos de grande angústia e desespero ocorre uma metamorfose em seu organismo, que o acaba transformando numa criatura que David não tem controle sobre ela.

O Dr. David Banner passa a buscar a cura para a transformação do Monstro que carregava dentro de si, enquanto vivia como viajante sempre fugindo do repórter de tablóide Jack Macgee, que era obcecado pela ideia de capturar o Hulk e desconfiava que Banner e o Gigante eram a mesma pessoa. Em suas andanças o doutor acabava se metendo em alguma encrenca e se transformava (duas vezes por capítulo) no Hulk para escapar da situação. No fim de cada episódio David Banner tinha que ir embora deixando pra trás amizades valiosas que tinha feito por onde passou.

Apesar desse padrão, a série teve realmente bons momentos; a começar pelo piloto. Simples e bem amarrado, recriava a origem do Hulk de maneira interessante, caprichando nas primeiras aparições da criatura. Ao fim do filme o doutor foi dado como morto, o Hulk levou a culpa e partiu em busca de sua cura.

No início da segunda temporada Banner se casa no episódio duplo “Casado”, pelo qual a atriz Mariette Hartley ganhou o Emmy de melhor atriz.

Na quarta temporada, a série passou a apresentar histórias mais próximas das dos quadrinhos. Hulk é capturado pelo exército, que acredita ser ele um extraterrestre, em um momento bem complicado para o herói que se encontra-se num estágio intermediário da transformação entre Banner e Hulk. Já no episódio “O primeiro”, o Dr. Banner viaja para um povoado que, nos anos 50, foi aterrorizado por uma criatura semelhante ao Hulk. Lá, ele encontra outro cientista que alega ter a cura para a maldição. Na verdade, o que ele faz é enganar Banner para recuperar seus poderes e o confronto dos dois Hulks é inevitável.

No Brasil.


No Brasil a série regular foi exibida pela Rede Globo a partir do dia 25 de janeiro de 1978, sendo levada ao ar no horário nobre. Permaneceu na Globo ocupando horários variados até 1982 quando então começou a fazer parte da Sessão Aventura e tinha sua exibição nas terças-feiras à tarde. Na Globo permaneceu até 1986.

Entre os anos de 1989 e 1990 O Incrível Hulk começou a ser exibido na TV Manchete às 16h e anos mais tarde esteve na TV por assinatura USA e no extinto canal Rede 21. Sua última exibição no Brasil aconteceu do canal Rede Brasil.