Emissora: TV Tupi.
Transmissão Original: de 30 de novembro de 1970 a 30 de agosto de 1971.
Duração: 45 minutos.
Temporadas: 1 (189 capítulos) .
Branco e preto.
Companhias Produtoras: Rede Tupi.
A Novela.
Escrita por José Mauro de Vasconcelos (1920-1984) e lançado em 1968, o livro “O Meu Pé de Laranja Lima” em pouco tempo se transformou em um best seller e ganhou adaptações para o cinema e a televisão. Primeiro veio a bem-sucedida transposição cinematográfica, no filme de Aurélio Teixeira. Então em 1970 a TV Tupi colocou no ar a versão televisiva da história, exibida entre 30 de novembro e 30 de agosto no ano seguinte.
Escrita por Ivani Ribeiro e dirigida por Carlos Zara, a primeira adaptação para televisão teve novos personagens, se comparada com a versão para os cinemas, e outros de menor importância tiveram atuação maior.
O horário escolhido para lançar a novela foi o das 18h30, acertadamente, e a Tupi conquistou altos índices, chegando a 45% e vencendo quase que diariamente a TV Globo, que já era líder em outros horários de novelas. A história, ainda muito fresca na memória dos pequenos e dos adultos pelo recente sucesso do livro, cativou os telespectadores e recebeu vários prêmios.
Meu Pé de Laranja Lima teve ainda dois remakes pela TV Bandeirantes, um em 1980, com direção de Édson Braga e Antonio Seabra, e em 1999 quando a telenovela teve a direção de Del Rangel e Giuseppe Oristânio.
A História.
Zezé (Haroldo Botta) era um menino pobre de seis anos, inteligente, sensível e carente. O garoto vivia pregando tremendos sustos nas beatas da igreja e ao padre Rosendo (Abrão Farc), mas ele dificilmente encontrava afeto já que ninguém tinha muita paciência com ele.
Quando a família se mudou para uma casa onde havia muitas árvores no quintal, cada irmão escolhe um cantinho e sobrou para Zezé um pequeno pé de laranja lima. No entanto, essa árvore ficou tão amiga que eles conversavam muito e até brincavam juntos. Zezé inventava para si um mundo de fantasia em que o grande confidente era o pé de laranja lima, a quem deu o nome de Xururuca.
Ele saía pelas ruas fazendo mil travessuras e aprendia tudo sozinho, era um verdadeiro “descobridor das coisas”. Percebeu que na vida existiam alegrias, como ter um amigo, e também tristezas, como quando um deles ia embora para sempre. Uma de suas maiores surpresas foi perceber que podia cantar sem abrir a boca – ou seja, ficar pensando em música e deixá-la tocar dentro da cabeça.
Porém, ele descobriu a dor e a saudade, assim como a ternura e o carinho no afeto do solitário português Manuel Valadares (Cláudio Corrêa e Castro), o Portuga, como o menino o chamava.
O moleque se apaixonou pelo carro do português, como toda criança daquela época. Mas o tal portuga no início não gostava do garoto, mas com o tempo foi se apegando a ele, e por fim o convidava para dar umas voltinhas no automóvel, para o ciúme da empregada de Manuel, Nhá Vina (Geni Prado), que odiava as travessuras do menino e gostava do patrão.
Mas esses passeios só serviram para irritar ainda mais a sua amarga irmã Jandira, interpretada pela grande estrela da Tupi, Eva Wilma (que deu, mas uma vez, um verdadeiro show de interpretação). Ela, no entanto, só se acalmou quando conheceu e se envolveu por Raul (Carlos Zara). Muitos gostavam dele como a Prof.ª Cecília (Nicete Bruno) e o seu Ariovaldo (Guarnieri).