Emissora: CBS.
Emissora no Brasil: TV Tupi e TVS.
Transmissão Original: de 24 de outubro de 1973 a 18 março de 1978.
Duração: 60 minutos.
Temporadas: 5 (120 episódios).
Cores.
Companhias Produtoras: Universal Television.
A Série.
O personagem Kojak fez sua primeira aparição no telefilme The Marcus-Nelson Murders e o trejeito malandro do tenente caiu rapidamente no gosto do público, abrindo as portas para a produção de um seriado, na rede CBS, que estreou apenas dois meses depois. O nome do primeiro episódio foi traduzido para “O Cerco do Terror”.
A série foi uma dos programas policiais de maior sucesso na TV americana com suas histórias de investigação muito bem escritas e dirigidas. O programa foi exibido originalmente pela CBS do dia 24 de outubro de 1973 até 18 março de 1978, totalizando 120 episódios de 60 minutos. A série manteve-se entre os 20 programas mais assistidos dos Estados Unidos durante três anos consecutivos (de um total de cinco temporadas).
Kojak surgiu na década de 1970, uma época em que os telespectadores passaram a exigir programas mais voltados à sua realidade atual, capazes de falar diretamente com os telespectadores sobre o seu cotidiano. Dessa forma, Abby Mann criou um personagem com um estilo malandro e bem realista de falar (a expressão “nenén” foi marcante), Savalas nesse ponto dava um toque original ao personagem.
Um dos grandes destaques da série era a interpretação de Telley Savalas no papel principal, o personagem acabou se fundindo a imagem do ator que ficou marcado para sempre como o Kojak. Sua atuação na série lhe rendeu um Emmy, o “Oscar da televisão”, e até a gravação de um disco de canções românticas.
No início de 1977, o seriado começou a cair na audiência. O público já não tinha o mesmo interesse pelas aventuras do Kojak e a série foi cancelada no ano seguinte. Com o fim do programa, Telly Savalas teve dificuldades de conseguir trabalho pois estava identificado demais com o seu personagem, passou assim a protagonizar papéis em filmes “B” e outras séries longas de detetives para o ABC Mystery Movie entre 1989 a 1990. Savalas morreu em 1994, ao 70 anos de idade de câncer, num hotel de Los Angels. Nos seu últimos cinco anos ele já havia se afastados das telas.
A ideia para o episódio piloto surgiu de uma história real. Abby Mann, um premiado roteirista, mais conhecido por seu trabalho com dramas como: Robert Montgomery Presents e Playhouse 90, foi chamado pela Universal para escrever uma história baseada no brutal crime de 1963 envolvendo o estupro e assassinato de duas jovens prostitutas de Manhattan. A inspiração para compor Kojak acabou sendo uma mistura de detetives, advogados e jornalistas envolvidos no caso, incluindo o detetive Thomas J. Cavanagh Jr., conhecido por seus colegas como “o chicote de veludo”, e que tinha feito parte da equipe em Whitmore.
Inicialmente os produtores queriam Marlon Brando para o papel do policial principal, mas o contrato acabou não sendo fechado por conta de problemas salariais. O próximo da lista foi aquele ator que chamou tanto a atenção de Abby Mann quando fez Pôncio Pilatos no filme A Maior Estória de Todos os Tempos (The Greatest Story Ever Told, 1965), assim chamaram Telly Savallas. O ator era contra ficar preso a um papel tanto tempo, isto estava fora dos planos de carreira dele, mas ao saber que Kojak havia sido oferecido a Marlon Brando, aceitou fazer imediatamente.
Nos primeiros episódios da série, Kojak aparecia fumando demais, logo numa época em que as medidas antitabagismo estavam ganhando impulso na televisão americana. Rapidamente os roteiristas do seriado decidiram que Kojak aos poucos substituiria o cigarro por pirulitos, o que acabou se tornando uma marca registrada do personagem.
Um dos grandes destaques do seriado era as constantes participações de astros. Nomes como: Sylvester Stallone, Thayer David, Lenny Montana, Robert Ito, Richard Herd, Robert Webber, Yvonne Craig, Irene Cara, Hector Elizondo, Erik Estrada, Al Franken, Jackie Cooper e Richard Gere apareceram na série.
A História.
Na série, Theo Kojak era um competente e extravagante tenente da polícia que trabalhava no 13° distrito de Polícia, na região sul de Manhattan – no centro de Nova York. Sua marca registrada era a careca lustrosa, seu senso de humor sarcástico e sua mania por pirulitos – que ele não tirava da boca enquanto investigava seus casos.
Kojak era o policial de Nova York menos ortodoxo em suas investigações, ele usava das artimanhas das ruas em vez dos métodos burocráticos dos policiais convencionais. Tinha grande habilidade em interrogatórios e inteligência para seguir pistas, mas quando algo não saía como planejado, ele não pensava duas vezes antes de seguir sua investigação usando algo ilegal. Por causa da sua maneira eficiente de lhe dar com o crime e com a escória da sociedade, ele era chamado para resolver os crimes mais complicados da parte suja da cidade, envolvendo traficantes, prostitutas, malandros, bêbados e outras figuras do submundo.
Quando um corgi 1970 estacionava na cena do crime, alguns já sabiam que era questão de pouco tempo até que o caso estivesse resolvido, pois o careca do pirulito havia chegado.
Embora gostasse de agir por conta própria, na luta contra o crime, Kojak não estava sozinho, ele trabalhava com os detetives Stavros (George Savalas, irmão de Telly), Saperstein (Mark Russel) e Rizzo (Vince Conti). Completavam o elenco o detetive-chefe Frank McNeil, ex-parceiro de Kojak nas ruas (Dan Fraser) e o tenente Bobby Crocker (Kevin Dobson).
O Retorno.
Em meados de 1984 os produtores da Universal, chamaram Savalas para reviver seu personagem e filmes realizados para a televisão. Foram produzidos sete telefilmes de 1985 a 1990, com o personagem Kojak agora promovido a inspetor.
No filme O Caso Belarus (1985), Kojak investiga o assassinato de imigrantes russos, todos sobreviventes de um mesmo campo de concentração nazista; no segundo filme Kojak: O Preço da Justiça (1987), o herói investiga uma estranha mulher acusada de matar seus dois filhos; em Falha Fatal (1989), quando um homem é assassinado após delatar o crime organizado, a investigação de Kojak o leva a uma ex-amante; já em Ariana (1989), vemos um dos antigos inimigos de Kojak usando Ariana, uma jovem grega, como isca para prender o lendário detetive de Nova York; Não Vê Quem Não Quer (1990), mostra Kojak protegendo uma testemunha do mafioso Tony Salducci; em O Preço do Poder (1990), Crocker, antigo parceiro de Kojak, está convicto que Kojak é o assassino de uma menina; Flores para Matty (1990), onde Kojak investiga a morte de um autor, prestes a publicar um livro; Brincando com o Perigo (1993), temos Kojak se unindo a uma bela psiquiatra para evitar que um psicopata continue a matar.
Em 2005 uma nova versão de Kojak interpretado pelo ator afro-americano Ving Rhames chegou à televisão. Kojak, agora junto com o capitão Frank McNeil (Chazz Palminteri) e a auxiliar Carmen Simone (Roselyn Sanchez), continua investigando casos complicados sob as ordens do capitão Frank McNeil.
No Brasil.
No Brasil o sucesso da série não foi diferente e Kojak também teve uma excelente repercussão marcando as noites da Rede Globo no início dos anos 80. A popularidade foi tanta que o nome Kojak tornou-se sinônimo de calvície, virando até tema de marchinha carnavalesca: “Kojak mete bronca na moçada/é tira valente, respeitado”. As cigarrilhas da marca More foram lançadas no Brasil como Du-Maurier e o corgi dirigido pelo policial também apareceu por aqui numa linha de brinquedos, tudo aproveitando o sucesso da série.
No Rio de Janeiro, os criminosos criaram a expressão: “Não vou dar chance para Kojak” – para dizer que seguiria com cuidado evitando deixar qualquer pista que levasse a polícia (ou seja, Kojak) a eles. Isso pode ser visto em algumas letras de Bezerra da Silva que mencionam Kojak como sinônimo de polícia (veja “Dando Mole Pra Kojak”). Mais tarde, essa expressão passou a ser usada para todas as instâncias da sociedade. Hoje em dia, isso significa: “Eu não vou deixar ninguém ver meus erros”.
O sucesso do seriado Kojak no Brasil acabou trazendo o ator Telly Savalas ao país em visitas promocionais.