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Castelo Rá-Tim-Bum (1994)

É um seriado brasileiro que narra as aventuras de Pedro, Biba e Zequinha visitando o castelo de Nino, com muitas coisas a aprender.

Emissora: TV Cultura e afiliadas.
Transmissão Original: de 9 de maio de 1994 a 24 de dezembro de 1997.
Duração:30 minutos.
Temporadas: (90 episódios e 1 especial).
Cores.
Companhias Produtoras: TV Cultura e Fiesp.

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A Série.


No dia 9 de março de 1994 estreava na TV Cultura, criado pelo dramaturgo Flávio de Souza e pelo diretor Cao Hamburger, com roteiros de Dionísio Jacob (Tacus), Cláudia Dalla Verde, Bosco Brasil, Anna Muylaert, bonecos de Jésus Sêda, entre outros.

Rapidamente o programa tornou-se um dos maiores sucessos da TV Cultura no ramo de séries educativas. Antes mesmo de completar duas semanas no ar, a série já era um sucesso de IBOPE e público. Em sua estreia, conseguiu cravar 8 pontos no Ibope, o que equivalia na época a 318.320 domicílios. Em seu 2º episódio, também repetiu a mesma façanha.

A estreia do infantil significou um aumento de 50% de audiência na faixa, já que o seu antecessor no horário, o Glub-Glub, registrava de 3 a 4 pontos na audiência (aproximadamente 198 mil residências sintonizadas na época). O SBT, que no mesmo horário, com o extinto TJ Brasil, ocupava a vice-liderança com médias de 11 pontos no horário (437. 690 residências), viu sua hegemonia ser abalada, já que exatamente 1 semana depois de sua estreia o infantil da Cultura chegou a dois dígitos e registrou 10 pontos, segundo o DataIbope, dobrando em quase três vezes a audiência das 19h a 19h30 da época. Na carona do enorme sucesso, foram lançados vários produtos institucionais, como livros, revistas, bonecos dos personagens, peças de teatro e até um filme, todos com o mesmo sucesso do programa.

Castelo Rá-Tim-Bum, que é um dos melhores produtos audiovisuais da história da televisão brasileira, foi parcialmente inspirado no também educativo Rá-Tim-Bum, deu origem a uma franquia televisiva, da qual também faz parte Teatro Rá-Tim-Bum e Ilha Rá-Tim-Bum.

O orçamento da série foi o mais caro da história da TV Cultura, com os primeiros 70 episódios custando 1,2 milhões de dólares, ou 16 bilhões de cruzeiros. Mas, devido ao seu caráter educativo, a produção fez parte da parceria entre Fiesp e TV Cultura, tal como vários programas infanto-educativos da emissora. Nos créditos, é possível ver os logotipos de: Fiesp, Sesi e Senai. O programa era voltado ao público de 3 a 8 anos de idade. A série já foi exibida pela TV Brasil e também pela TV Rá-Tim-Bum até 2012.

A História.


Nino, um garoto de 300 anos de idade, mora num castelo nos arredores da cidade de São Paulo. Impossibilitado de frequentar a escola por causa da idade, Nino não tem amigos, morando com seu tio Victor (3.000 anos) e Morgana, sua tia avó (6.000 anos).

Através de um feitiço, Nino faz com que as crianças Pedro (Luciano Amaral), Biba (Cíntia Raquel) e Zequinha (Fredy Alan), entrem no castelo atrás de uma bola. Os três acabam se tornando amigos de Nino e visitam o castelo em todos os episódios. O doutor Abobrinha é o principal vilão porque quer substituír o terreno do castelo e no lugar construir um prédio de cem andares.

Apesar dos episódios terem uma história, eles tinham vários quadros, que ajudavam a transmitir conceitos pedagógicos: em um dos quadros, a bruxa Morgana Stradivarius (Rosi Campos) narrava fatos marcantes da história das civilizações ao lado da sua gralha Adelaide; em outro, os bonecos Mau (Claudio Chakmati) e Godofredo apresentavam enigmas verbais, incitando o uso da língua e do raciocínio lógico.

Em “Tíbio e Perônio”, dois cientistas gêmeos (interpretados por Flávio De Souza e Henrique Stroeter) demonstravam princípios científicos. O personagem Telekid (Marcelo Tas), aparecia em “Porque Sim” para responder às questões de Zequinha. As fadas Lana e Lara (interpretadas por Teresa De Athayde e Fabiana Prado) também tinham um quadro, no qual trabalhavam com enigmas em que as crianças classificavam, comparavam e identificavam visualmente objetos e seres.

O quadro “Marionetes” trazia bonecos que caracterizavam diferentes países; a intenção era mostrar a existência de várias nações com língua e culturas próprias. Em “Dedolândia”, dedos roqueiros ensinavam noções de matemática como soma e conjuntos. Três passarinhos que viviam na árvore do hall do castelo introduziam as crianças diferentes instrumentos musicais no quadro “Instrumentos”.

Em “Lavar as Mãos”, um clipe musicado por Arnaldo Antunes dava noções de higiene. Crianças movimentando seus corpos eram mostradas nos cinco clipes de “Esportistas Mirins”. Em “Bailarinos”, vários ritmos ganhavam coreografias que revelavam a variedade dos movimentos corporais.

No hall do castelo, a cada episódio, havia uma pintura diferente no mesmo lugar. Esse era o mote de “Comentam Quadros”, que mostrava detalhes das obras em questão. “Como Se Faz” mostrava clipes que documentavam o processo de fabricação de vários produtos. O quadro “Mãos Pintadas” mostrava mãos imitando animais.

A personagem Caipora introduzia “Histórias dos Curumins”, que adaptava lendas indígenas. No quadro “Pintor”, quadros iam aparecendo no vídeo em câmera rápida. Um garoto apresentava “Circo”, que mostrava números circenses realizados por crianças. “Cabine”, gravado na rua, trazia crianças intervindo e opinando sobre situações criadas pelo programa.

“Músicos Mirins” trazia grupos musicais, corais, fanfarras e instrumentistas mirins. “Pentagrama” dividia a tela em cinco; em cada parte, bailarinos representam melodias e ritmos. “O Desenhista Mágico” colocava um exercício de percepção visual a partir de um desenho que ia se formando.

Em “Geometria”, uma figura bidimensional transformava-se em tridimensional e, depois, em um objeto do cotidiano, explorando diversas formas geométricas. Para introduzir a linguagem poética, “Poesias Animadas” criava animações de 14 poemas de autores nacionais. Para passar noções de higiene, um rato feito em massa cantava e se lavava no quadro “Ratinho”.

“Músicas do Mundo Todo” tocava a música típica de um país escolhido, ilustrando-a com animação feita a partir de um símbolo visual da nação em questão. “Som dos Quadros” destacava através de sons os elementos mais importantes de quadros famosos. “Bichos” criava animações de animais em diferentes situações.

Ainda no programa apareciam o extraterrestre Etevaldo, a jornalista Penélope, a Caipora, o vilão Dr. Abobrinha, o gato Pintado, a cobra Celeste, Mau, Godofredo, Relógio, Fura-Bolo e as botas Tap e Flap.

O Filme.


A atração gerou um filme produzido pela TV Cultura em 2001. No filme, Nino (Diego Kozievitch) um aprendiz de feiticeiro vive com seus tios, Morgana (Rosi Campos) e Victor (Sérgio Mamberti), há 300 anos. Ansiando em ter uma vida normal como todos os demais garotos, ele acaba participando, involuntariamente, de uma trama orquestrada por sua tia Losângela (Marieta Severo), que pretende roubar o livro de magias de Morgana.

Em 2002, no rastro do sucesso do Castelo, a Cultura produziu outra série semelhante, A Ilha Rá Tim Bum.