É uma novela mexicana de grande sucesso no Brasil sobre os conflitos do grupo de alunos da Escola Mundial e da sua doce Professora Helena.
Emissora: Televisa.
Emissora no Brasil: SBT.
Transmissão Original: de 16 de janeiro de 1989 a 1 de junho de 1990.
Duração: 30 minutos.
Temporadas: 1 (375 capítulos).
Cores.
Companhias Produtoras: Televisa.
A Novela.
No início da década de 1990 uma telenovela infantil conseguiu o que poucas produções até hoje já alcançaram, sacudir a audiência balançando a hegemonia da Rede Globo. A emissora de Roberto Marinho precisou mexer em sua programação afim de frear a perda de audiência para o SBT na ocasião.
Carrossel foi uma telenovela mexicana de 375 capítulos produzida pela Rede Televisa em 1989, transmitida no Brasil pelo SBT entre 20 de maio de 1991 e 21 de abril de 1992 e reprisada três vezes. Remake de uma novela argentina dos anos 60 e 70, Jacinta Pichimahuida, la maestra que no se olvida, a trama conta a história de uma turma de crianças da 2ª série do Ensino Fundamental da Escola Mundial.
A novela acabou ganhando um remake, chamado Carrossel das Américas em 1992 produzida pela Televisa que foi produzida em celebração dos 500 anos de descobrimento da América e foi transmitida por toda América Latina via satélite. Protagonizada por Gabriela Rivero, interpretando a professora Helena, mesmo papel da novela anterior.
Em 21 de maio de 2012, o SBT estreou uma nova versão inspirada diretamente na versão mexicana de 1989, com atores brasileiros, com Rosanne Mulholland, interpretando a professora Helena e Maisa Silva interpretando a extrovertida Valéria.
A protagonista “Jacinta” é uma personagem baseada em uma professora real de mesmo nome, que deu aulas ao autor Abel Santa Cruz, quando este era um estudante na década de 20. Porém a professora real não tinha o sobrenome “Pichimahuida”, que foi criado pelo autor, para que não fosse reconhecida. Quando adulto, nos anos 40, Santa Cruz escreveu as aventuras da turma de alunos, da qual ele fazia parte quando criança, e suas histórias foram publicadas na revista “Patoruzú”, e que mais tarde também seriam publicadas no livro citado anteriormente.
Foram lançadas no total quatro trilhas sonoras da novela. A primeira seria a original lançada no México, que foi raramente executado na novela, mas sim em apresentações musicais ao vivo que foram feitas na época. Já as outras três foram lançadas somente no Brasil pelo SBT, emissora que transmitiu a novela no país.
A História.
Através da convivência diária no Colégio Mundial, mantida pelo milionário Sr. Morales, uma turma de crianças descobre os prós e os contras da vida e procuram resolver seus problemas com alegria e descontração. Entre outros aspectos, Carrossel mostrava que o preconceito e os maus sentimentos não têm lugar na vida desses anjinhos.
No meio de enormes confusões e travessuras infantis está a terna e doce professora Helena (Gabriela Rivero), que, ao lado do fiel amigo e zelador do colégio, Firmino (Armando Calvo), também funciona como intermédio no que diz respeito à impetuosa Olívia, diretora do lugar. Desde que assumiu seu posto como professora da turma do segundo ano, Helena encantou a todos não só pela beleza, mas também pela dedicação com os alunos. Além de ensinar as matérias disciplinares, ela se envolvia com as alegrias e dificuldades das crianças e de seus familiares. Para todos, ela tinha um gesto de carinho, um afago e uma palavra certa.
Entre os alunos do Colégio Mundial estavam: a romântica e gulosa Laura (Hilda Cavez) que não perdia a chance de desabafar num suspiro “Isso é tão romântico!”; o espevitado Kokimoto (Yoshiki Taquiguchi), sempre com sua faixinha de caratê amarada na cabeça; a inteligente e meiga Marcelina (Georgina Garcia); o pobre alvo de preconceitos Cirilo (Pedro Javier Viveros) que depois de ser caçoado explicava “Eu só quis dizer!”; o danado Davi (Joseph Birch); Jaime Palilo (Jorge Granillo) o gordinho de coração enorme que sempre dizia “Que droga de cabeça” quando não acertava um problema de matemática; Carmem (Flor Eduarda Gurrola) a menina estudiosa mas que sofria com a separação dos pais; Mario (Gabriel Castañon) que chegou a escola bem agressivo mas com ajuda de todos e do cão Rabito passou a ser melhor; Paulo (Mauricio Armando), irmão de Marcelina que vivia aprontando das suas; Adriano (Manuel Fernández) que passava o seu tempo no Mundo da Lua e cochilando; Bibi (Karen Nisenbaum), que por ser descendente de americanos as vezes falava uma expressão em inglês; e a esnobe rica Maria Joaquina (Ludwika Paleta) que humilhava o pobre Cirilo, esnobava o amor que o garotinho sentia e dava importância as coisas pequenas como se vangloriar do sobrenome Villaseñor.
A professora Suzana (Janet Ruiz) foi a substituta, quando Helena ficou doente, e acabou cativando também o coração das crianças. As duas ficaram muito amigas e as crianças ganharam mais um anjo da guarda. Além delas a escola tinha como funcionários a faxineira Dorotéia, a professora de música Matilde – que mais tarde foi substituída pela professora Rene – e a professora Glória.
Após muito torcer e rezar, Cirilo ganhou numa promoção um pequeno triciclo motorizado. Desfilou com o veículo por alguns capítulos, comemorando sua recém-chegada riqueza, mas em pouco tempo seu objeto de desejo misteriosamente desaparece e o pobretão volta a reclamar de sua sorte, como se nada tivesse acontecido.
No Brasil.
Carrossel chegou ao Brasil no início da década de 90, quando o SBT enfrentava uma séria crise, não pelas novelas, mas por um conjunto de programas problemáticos. Foi quando a emissora apostou em mais uma produção da Televisa S.A., pagando U$$ 300 mil pela novelinha, que veio a ser então o maior sucesso em termos de novelas mexicanas já exibido no Brasil. Carrossel foi a primeira novela estrangeira a balançar a hegemonia global, que na época exibia o fracasso O Dono do Mundo e se viu apavorada por uma produção pobre e malfeita, como eles julgavam, e foi obrigada a espichar o Jornal Nacional de 30 para 50 minutos. A telenovela foi a primeira não brasileira a concorrer o Troféu Imprensa, mas recebeu um único voto do jornalista e crítico de TV Leão Lobo.
Quinze dias apenas depois de sua estréia, Carrossel produziu a mais espetacular reviravolta da televisão brasileira até aquele momento, uma virada mais profunda que a de Pantanal na Rede Manchete, e tudo isso sem mostrar os adereços usados pela Globo para atrair seu público, como mulheres de sensualidade deslumbrante, carros último tipo, cenas de violência, nudez, erotismo ou palavrões.
A novela concorria diretamente com o Jornal Nacional, programa de maior audiência do país e espinha dorsal da milionária programação no horário nobre Global. Antes de Carrossel estrear, o SBT tinha 6% da audiência no horário, contra 54% para o Jornal Nacional. Após a novelinha mexicana entrar no ar, a platéia do SBT atingiu a faixa dos 21 pontos, enquanto a do concorrente caiu para 41, números que se intensificaram ao longo da exibição de Carrossel.
O segredo do sucesso de Carrossel na verdade não era nenhum segredo. Num horário dominado por atrações oferecidas aos adultos, era uma novela para crianças, interpretada por crianças. Os institutos de pesquisa confirmam aquilo que qualquer pai e mãe de família já puderam constatar por experiência própria. No horário das 8h, são os filhos que têm o direito de brigar, gritar, xingar e espernear para assistir ao programa de sua preferência. Além disso, Carrossel era um programa infantil mesmo. Os diálogos iam direto ao ponto, o caráter de cada personagem era bem definido assim que ele aparecia em cena pela primeira vez. Bom é bom, mau é mau. A novela falava de problemas do dia-a-dia do público: do menino que não fez a lição de casa, do pai que não tem dinheiro para comprar uma bola de futebol para o filho, da menina que tem dificuldade em se enturmar na classe, do garoto frágil espezinhado pelo grandalhão na hora do recreio.
Gabriela Rivero, a Professora Helena da novela, veio ao Brasil e foi recebida com todas as regalias possíveis. Discos, revistas, álbuns de figurinhas, brinquedos: o êxito era gigantesco, e ajudou o SBT voltar a ser o que era, alguns anos depois foi transmitida a nova versão, Viva as Crianças: Carrossel 2, que nem chegou aos pés do sucesso da primeira.
A primeira trilha brasileira lançada em 1991, consiste em outras canções interpretadas por artistas nacionais diferente da trilha lançada originalmente no México. Já a segunda também lançada em 1991, consiste em cantigas de roda interpretadas pela dubladora da Professora Helena no Brasil, Marlene Costa. A terceira trilha somente foi lançada em 1995, durante a segunda reprise da novela no Brasil, que consiste em algumas músicas da primeira trilha brasileira e da segunda.