Morre Silvio Navas e com ele parte da minha infância.
Um dos dubladores mais versáteis morre aos 74 anos.
Izaias Correia – 30/07/2016
O Brasil está aos poucos perdendo a melhor geração da sua dublagem de toda a história. Me arrisco a dizer, embasado na valorização da técnica hoje mais do que do talento, que essa não será jamais superada.
Perdemos dessa constelação, na minha opinião, sua estrela mais versátil. Eu o chamava de “Rei dos Falsetes”. Nos Estados Unidos, dubladores com esse perfil como Daws Butler ou Don Messick, não morrem sem que o grande público tome conhecimento. Aqui onde temos uma das mais conceituadas dublagens do mundo, Silvio Navas é papo apenas de nerd.
Ele era capaz de fazer um suave Chaplin e um rude Darth Vader, um calmo Willy Wonka e um agressivo Mumm-Ra, diversos personagens em Barbapapa e diversos em Smurfs cada qual com sua própria personalidade e voz. E o bonachão Bud Spencer o que tem haver com o talentoso Marlon Brandon? Navas nos passava exatamente o que o ator almejava.
Publiquei um texto faz alguns meses intitulado “E o Oscar vai para…Silvio Navas” onde ali expressava toda minha admiração pelo talento desse monstro (literalmente falando pois fazia um vilão como poucos) da nossa dublagem.
Deixa também o exemplo do que é ser artista. O verdadeiro artista além de talentoso respeita e entende o assédio do povo. É triste vermos “artistas” da nova geração da dublagem, menos talentosos e rodados se isolarem do seu público e até se chatearem com ele enquanto Navas o atendia com uma satisfação imensa (vejam o vídeo do Elton Brasil).
Em respeito a esse ARTISTA hoje estou de luto.