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Avaliação InfanTv

Vídeo

Canção de Todas as Crianças

1987 - Especial musical

REDE GLOBO

DATA DE EXIBIÇÃO

6 de outubro de 1987

HORÁRIO

21h25

PERIODICIDADE

terça-feira

Sinopse

Especial musical que mostrava a história de um piloto perdido no deserto à procura da sua infância e a redescobre com personagens da imaginação.

Direção
Cininha de Paula e Carlos Magalhães

Roteiro
Elifas Andreato

Destaque
Os números musicais com destaque para “Deveres e direitos” interpretado por Toquinho

Programa

Canção de Todas as Crianças era um musical infantil, com uma hora de duração, baseado na Declaração dos Direitos Universais das Crianças, aprovada pela Organização das Nações Unidas em 1959.

O especial infantil  foi criado por Elifas Andreato e Toquinho, com texto de Elifas Andreato e direção de Cininha de Paula e Carlos Magalhães. Elifas Andreato também assinou a direção de arte do especial.

Elifas Andreato e Toquinho haviam trabalhado juntos nos especiais infantis A Arca de Noé e A Arca de Noé 2, exibidos pela Rede Globo em 1980 e 1981.

A equipe responsável pelo programa procurou recriar a atmosfera lúdica dos sonhos e preferiu explorar os cenários e figurinos a usar efeitos especiais.

As gravações foram realizadas nos estúdios da Cinédia, em Jacarepaguá, no Teatro Fênix e no Parque da Cidade, no Rio de Janeiro. Além dos cenários, a produção contou com a maquete de um deserto criada por Ricardo Nauemberg, para simular as aventuras no oásis

A História

Na história, um Piloto (José Mayer) caminha pelo deserto em busca de um tesouro: a sua infância.

Acompanham-no o irreverente palhaço Gargalhada (Stênio Garcia); a dengosa Cordélia (Marieta Severo); a meiga Tilim (Renata Laviola), conhecedora de todas as estrelas do universo, e Charlito (Lina do Carmo), que mesmo em silêncio é capaz de mostrar alegria.

Todos os personagens que seguem o herói do especial são, na realidade, fruto de sua imaginação. Através desses companheiros imaginários, o Piloto lembra de momentos importantes de sua infância.

Ao longo de sua caminhada pelo deserto, Piloto cruza com personagens que simbolizam o mundo real. O primeiro é o Rei (Lima Duarte), um homem preocupado com o poder e as coisas imediatas, que não dá muita atenção às crianças. Logo em seguida, ele conhece Soluço (Antônio Pedro), um homem que representa o fracasso, sem esperança de conseguir ser feliz. O terceiro personagem que cruza o caminho do Piloto é Eu de Mim (Jorge Fernando), um individualista, sem o menor senso de solidariedade.

Já o personagem Eu de Mim vive cercado por Fortuna (Armando Bógus), um homem ganancioso que acha que pode comprar tudo com seu dinheiro. O último personagem a aparecer na história é o Ecoluco (Chico Anysio). Ele surge num oásis, no final do deserto, e procura mostrar para Piloto a importância da natureza na vida de uma criança.

Em meio à caminhada do Piloto, sete músicas, criadas por Elifas Andreato e Toquinho, são apresentadas: Deveres e direitos, Gente tem sobrenome, Be-a-bá, Cada um é como é, Errar é humano, Natureza distraída e É bom ser criança.

Galeria de Imagens

Elenco

Números musicais:

José Mayer

José Mayer

Piloto
Lina do Carmo

Lina do Carmo

Charlito
Marieta Severo

Marieta Severo

Cordélia
Renata Laviola

Renata Laviola

Tilim
Stênio Garcia

Stênio Garcia

Gargalhada
Lima Duarte

Lima Duarte

Rei
Antônio Pedro

Antônio Pedro

Soluço
Jorge Fernando

Jorge Fernando

Eu de Mim
Armando Bógus

Armando Bógus

Fortuna
Chico Anysio

Chico Anysio

Ecoluco
Toquinho

Toquinho

Chefe da Trupe

Trilha Sonora

Selo: Philips – 832716-1
Formato: Vinil, LP, Álbum
País: Brasil
Lançado: 1987

1 – Deveres e direitos

2 – Gente tem sobrenome

3 – Bê-a-Bá

4 – Natureza distraída

5 – Castigo não

6 – Imaginem

7 – Errar é Humano

8 – De umbigo à umbiguinho

9 – Cada um é como é

10 – É bom ser criança

 

Letras do Especial

Deveres E Direitos
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Crianças, iguais são seus deveres e direitos.
Crianças, viver sem preconceito é bem melhor.
Crianças, a infância não demora, logo, logo vai passar,
Vamos todos juntos brincar.

Meninos e meninas,
Não olhem cor, nem religião, nem raça.
Chamem os quem não tem mamãe,
Que o papai tá lá no céu,
E os que dormem lá na praça.

Meninos e meninas,
Não olhem raça, religião nem cor.
Chamem os filhos do bombeiro,
Os dois gêmeos do padeiro
E o caçula do doutor.

Crianças, a vida tem virtudes e defeitos.
Crianças, viver em harmonia é bem melhor.
Crianças, a infância não demora, logo, logo vai passar,
Vamos todos juntos brincar.

Meninos e meninas,
O futuro ninguém adivinha.
Chamem os quem não tem ninguém,
Pois criança é também
O menino trombadinha.

Meninos e meninas,
Não olhem cor nem raça ou religião.
Bons amigos valem ouro,
A amizade é um tesouro
Guardado no coração.

Gente Tem Sobrenome
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Todas as coisas têm nome
Casa, janela e jardim
Coisas não têm sobrenome
Mas a gente sim

Todas as flores têm nome
Rosa, camélia e jasmim
Flores não têm sobrenome
Mas a gente sim

O Chico é Buarque, Caetano é Veloso
O Ari foi Barroso também
E tem os que são Jorge, tem o Jorge Amado
Tem outro que é o Jorge Ben

Quem tem apelido, Dedé, Zacarias
Mussum e a Fafá de Belém
Tem sempre um nome e depois do nome
Tem sobrenome também

Todo brinquedo tem nome
Bola, boneca e patins
Brinquedos não têm sobrenome
Mas a gente sim

Coisas gostosas têm nome
Bolo, mingau e pudim
Doces não têm sobrenome
Mas a gente sim

Renato é Aragão, o que faz confusão
Carlitos é o Charles Chaplin
E tem o Vinícius, que era de Moraes
E o Tom Brasileiro é Jobim

Quem tem apelido, Zico, Maguila
Xuxa, Pelé e He-man
Tem sempre um nome e depois do nome
Tem sobrenome também

Bê-A-Bá - Princípio VII
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Quando a gente cresce um pouco
É coisa de louco o que fazem com a gente:
Tem hora pra levantar,
hora pra se deitar,
Pra visitar parente.
Quando se aprende a falar,
se começa a estudar,
Isso não acaba nunca.
E só vai saber ler,
só vai saber escrever
Quem aprender o bê-a-bá.
E além do abecedário,
um grande dicionário
Vamos todos precisar:

Com A escrevo amor,
com B bola de cor,
Com C eu tenho corpo, cara e coração.
Com D ao meu dispor escrevo dado e dor,
Com E eu sinto emoção!
Com F falo flor,
com G eu grito gol
Com H de haver eu posso harmonizar.
Com I desejo ir,
com J volto já,
com L tenho luar.
Com M escrevo mão, mamãe, manjericão,
Com N digo não e o verbo nascer.
Com O eu posso olhar,
com P papai e pá ,
Com Q eu quero querer.
Com R posso rir,
Com S sapoti,
Com T tamanduá,
com U Urubupungá.
Com V juro que vi,
com X faço xixi,
No fim o Z da zebra.

Natureza Distraída
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Como as plantas somos seres vivos
Como as plantas temos que crescer
Como elas, precisamos de muito carinho
De Sol, de amor, de ar pra sobreviver

Quando a natureza distraída
Fere a flor ou um embrião
O ser humano, mais que as flores
Precisa na vida
De muito afeto e toda compreensão

Castigo Não
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Como as plantas somos seres vivos
Como as plantas temos que crescer
Como elas, precisamos de muito carinho
De Sol, de amor, de ar pra sobreviver

Quando a natureza distraída
Fere a flor ou um embrião
O ser humano, mais que as flores
Precisa na vida
De muito afeto e toda compreensão

Imaginem
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Imaginem todos vocês
Se o mundo inteiro vivesse em paz.
A natureza talvez
Não fosse destruída jamais.

Russo, cowboy e chinês
Num só país sem fronteiras.
Armas de fogo, seria tão bom,
Se fossem feitas de isopor.
E aqueles mísseis de mil megatons
Fossem bombons de licor.

Flores colorindo a terra
Toda verdejante, sem guerra.
Nem um seria tão rico,
Nem outro tão pobrinho:
Todos num caminho só.

Rios e mares limpinhos,
Com peixes, baleias, golfinhos.
Faríamos as usinas e bombas nucleares
Virarem pão-de-ló.

Imaginem todos vocês
Um mundo bom que um beatle sonhou.
Peçam a quem fala Inglês
Versão da canção que John Lenon cantou.

Errar É Humano
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Não, não é vergonha, não,
Você não ser o melhor da escola,
Campeão de skate, o bom de bola ou de natação.
Não, não é vergonha, não,
Aprender a andar de bicicleta
Se escorando em outra mão.

Não, não é vergonha, não,
Você não saber a tabuada,
Pegar uma onda, contar piada, rodar pião.
Não, não é vergonha, não,
Precisar de alguém que ajude
A refazer sua lição.

A vida irá, você vai ver,
Aos poucos te ensinando
Que o certo você vai saber
Errando, errando, errando.

Não, não é vergonha, não,
Ser da turma toda o mais gordinho,
Ter pernas tortas, ser bem baixinho ou grandalhão.
Não, não é vergonha, não.
Todos sempre têm algum defeito,
Não existe a perfeição.

De Umbigo a Umbiguinho
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe já pulsava sem querer
O meu pequenino coração,
Que é sempre o primeiro a ser formado
Nesta linda confusão.

Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe já comia pra viver
Cheese salada, bala ou bacalhau.
Vinha tudo pronto e mastigado
No cordão umbilical.

Tanto carinho, quanta atenção.
Colo quentinho, ah! Que tempo bom!
De umbigo a umbiguinho um elo sem fim
Num cordãozinho da mamãe pra mim.

Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe começava a conviver
Com as mais estranhas sensações:
Vontade de comer de madrugada
Marmelada ou camarões.

Muito antes de nascer
Na barriga da mamãe me virava pra escolher
A mais confortável posição.
São nove meses sem se fazer nada,
Entre água e escuridão.

Tanto carinho, quanta atenção.
Colo quentinho, ah! Que tempo bom!
De umbigo a umbiguinho um elo sem fim
Num cordãozinho da mamãe pra mim.

Cada Um É Como É
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

Papai é como é, entendo ele até,
Sua vida não é mole, não.
Sai pra trabalhar, só volta pro jantar,
Cochila em frente da televisão.

Mamãe foi sempre assim, cuidou sempre de mim,
Uma adorável chateação:
É um tal de toma banho, escova os dentes,
Troca de roupa e vai fazer sua lição.

Homem e mulher, que confusão,
Cada um é como é.
Por fora, tudo bem, por dentro não.
Ninguém parece com ninguém.

Vovó é genial, da casa é a mais normal,
Com suas manobras radicais.
Escondido ela me dá dinheiro pra gastar,
Nunca conta nada pros meus pais.

Vovô é o que há, tem sempre pra falar
Uma novidade genial.
Se esquece e conta sempre a mesma história
E adormece entre as notícias do jornal.

É Bom Ser Criança
(Toquinho/Elifas Andreato)
 

É bom ser criança
Ter de todos atenção
Da mamãe, carinho
Do papai, a proteção
É tão bom se divertir
E não ter que trabalhar
Só comer, crescer, dormir, brincar

É bom ser criança
Isso às vezes nos convém
Nós temos direitos
Que gente grande não tem
Só brincar, brincar, brincar
Sem pensar no boletim
Bem que isso podia nunca mais ter fim

É bom ser criança
E não ter que se preocupar
Com a conta no banco
Nem com filhos pra criar
É tão bom não ter que ter
Prestações pra se pagar
Só comer, crescer, dormir, brincar

É bom ser criança
Ter amigos de montão
Fazer cross saltando
Tirando as rodas do chão
Soltar pipas lá no céu
Deslizar sobre patins
Bem que isso podia nunca mais ter fim

Fontes

“Um programa de príncipe”: Jornal do Brasil, 06/10/1987; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003.

 

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Direção
Cininha de Paula e Carlos Magalhães

Roteiro
Elifas Andreato

Destaque
Os números musicais com destaque para “Deveres e direitos” interpretado por Toquinho

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