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Avaliação InfanTv

Vídeo

Arca de Noé II

1981 - Especial Musical

REDE GLOBO

DATA DE EXIBIÇÃO

9 de setembro de 1981

HORÁRIO

21h30

PERIODICIDADE

sexta-feira

"Poetinha, vamos sonhar de novo!"

Sinopse

Continuação do especial musical apresentado em 1980, com a menina Aretha mais uma vez encontrando grandes nomes da música brasileira cujas canções representam animais.

Direção
Ewaldo Ruy e Augusto César Vannucci (geral)

Ronaldo Bôscoli 

Destaque
Os números musicais com destaque para “O Leão” de Fagner

Programa

Após o sucesso do especial Vinicius para Criança, a Globo levou ao ar o musical Arca de Noé II, inspirado no segundo disco do álbum ‘A Arca de Noé’.

O especial apresentava poemas de Vinicius de Moraes musicados por alguns de seus maiores amigos e parceiros, como Tom Jobim e Toquinho. A apresentação ficou a cargo da menina Aretha, que já havia conduzido o primeiro especial, exibido no ano anterior.

Produção

O cenário, montado no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, era baseado nos desenhos do artista plástico Elifas Andreato, e consistia em uma grande arca, em volta da qual as crianças atuavam. A produção do programa foi assinada por Nalygia Santos. 

Escolhida para apresentar o especial, Aretha era filha dos cantores Antonio Marcos e Vanusa. Em novembro de 1999, a Rede Globo adquiriu os direitos de 70 poemas de Vinicius de Moraes. A ideia era transformar as poesias em um segmento fixo dentro do horário infantil da emissora.

Com longas barbas e cabelos brancos, o bondoso Noé (Manfredo Colassanti) abria o programa. As músicas cantadas eram do segundo disco do álbum A Arca de Noé, produzido por Toquinho, Fernando Faro e Rogério Duprat. Eram elas: O Leão, com Fagner; O Pinguim, com Toquinho; O Pintinho, com As Frenéticas; A Cachorrinha, com Tom Jobim; O Girassol, com Jane Duboc; O Ar (O Vento), com Boca Livre; O Peru, com Elba Ramalho; O Porquinho, com Grande Otelo; A Galinha-d’Angola, com Ney Matogrosso; Os Bichos e o Homem, com Céu da Boca; O Filho que Eu Quero Ter, com Paulinho da Viola; e A Formiga, com Clara Nunes. 

Galeria de Imagens

Elenco

Aretha Marcos

Aretha Marcos

ela mesma

Números musicais:

Fagner

Fagner

“O Leão”
Toquinho

Toquinho

“O Pingüim”
Frenéticas

Frenéticas

“O Pintinho”
Tom Jobim

Tom Jobim

“A Cachorrinha”
Jane Duboc

Jane Duboc

“O Girassol”
Boca Livre

Boca Livre

“O Ar (O Vento)”
Vinicius de Moraes

Vinicius de Moraes

“O Ar (O Vento)”
Elba Ramalho

Elba Ramalho

“O Peru”
Grande Othelo

Grande Othelo

“O Porquinho”
Ney Matogrosso

Ney Matogrosso

“A Galinha D'Angola”
Clara Nunes

Clara Nunes

“A Formiga”
Céu da Boca

Céu da Boca

“Os Bichinhos e o Homem”
Paulinho da Viola

Paulinho da Viola

“O Filho que Eu Quero Ter”
Ney Matogrosso

Ney Matogrosso

“A Galinha D'Angola”
Clara Nunes

Clara Nunes

“A Formiga”
Céu da Boca

Céu da Boca

“Os Bichinhos e o Homem”

Trilha Sonora

Selo: Ariola – 201 631
Formato: Vinil, LP, Álbum
País: Brasil
Lançado: 1982

1 – Abertura – A Arca de Noé – Dionísio Azevedo

2 – O Leão – Fagner

3 – O Pinguim – Toquinho

4 – O Pintinho – Frenéticas

5 – A Cachorrinha – Tom Jobim

6 – O Girassol – Jane Duboc

7 – O Ar (O vento) – Boca Livre e Vinicius de Moraes

8 – O Peru – Elba Ramalho

9 – O Porquinho – Grande Othelo

10 – A Galinha d’angola – Ney Matogrosso

11 – A Formiga – Clara Nunes

12 – Os Bichinhos e o Homem – Céu da Boca

13 – O Filho Que Eu Quero Ter – Paulinho da Viola

Letras do Especial

O Leão – Fagner

(Vinícius de Moraes)

Leão! Leão! Leão!
Rugindo como um trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda
Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não?
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
O salto do tigre é rápido
Como o raio, mas não há
Tigre no mundo que escapa
Do salto que o leão dá
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte
Pois bem, se ele vê o leão
Foge como um furacão
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não?
Leão se esgueirando à espera
Da passagem de outra fera…
Vem um tigre, como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O leão fica olhando aquilo
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não?

 
O Pinguim – Toquinho

(Vinícius de Moraes)

Bom dia pinguim,
Onde vais assim
Com ar apressado?
Eu não sou malvado,
Não fique assustado
Com medo de mim.

Eu só gostaria
De dar um tapinha
No seu chapéu jaca.
Ou bem de levinho
Puxar o rabinho
Da sua casaca.

Quando você caminha
Parece o Chacrinha
Lelé da caixola.
E um velho senhor
Que foi meu professor
No meu tempo de escola.

Pinguim, meu amigo,
Não zangue comigo
Nem perca a estribeira.
Não pergunte por quê,
Mas todos põem você
Em cima da geladeira

 
O Pintinho – Frenéticas

(Vinícius de Moraes)

Pintinho novo
Pintinho tonto
Não estás no ponto
Volta pro ovo
Eu não me calo
Falo de novo
Não banque o galo
Volta pro ovo
A tia raposa
Não marca touca
Tá só te olhando
Com água na boca
E se ligeiro
Você escapar
Tem um granjeiro
Que vai te adotar
O meu ovo tá estreitinho
Já me sinto um galetinho
Já posso sair sozinho
Eu já sou dono de mim
Vou ciscar pela cidade
Grão-de-bico em quantidade
Muito milho e liberdade
Por fim
Pintinho raro
Pintinho novo
Tá tudo caro
Volta pro ovo
E o tempo inteiro
Terás, pintinho,
Um cozinheiro
No seu caminho
Por isso digo
E falo de novo
Pintinho amigo
Então volta pro ovo
Se de repente
Você escapar
Num forno quente
Você vai parar
Gosto muito dessa vida
Ensopada ou cozida
Até assada é divertida
Com salada e aipim
Tudo é lindo e a vida é bela
Mesmo sendo à cabidela
Pois será numa panela
Meu fim
Por isso eu digo
E falo de novo
Pintinho amigo
Então volta pro ovo
E se ligeiro
Você escapar
Tem um granjeiro
Que vai te adota

A Cachorrinha – Tom Jobim

(Vinícius de Moraes)

Mas que amor de cachorrinha!
Mas que amor de cachorrinha!
Pode haver coisa no mundo
Mais branca, mais bonitinha
Do que a tua barriguinha
Crivada de mamiquinha?
Pode haver coisa no mundo
Mais travessa, mais tontinha
Que esse amor de cachorrinha
Quando vem fazer festinha
Remexendo a traseirinha?
Uau, uau, uau, uau!
Uau, uau, uau, uau!

O Girassol – Jane Duboc

(Vinícius de Moraes)

Sempre que o Sol
Pinta de anil
Todo céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel
Roda, roda, roda
Carrossel

Roda, roda, roda
Rodador
Vai rodando, dando mel
Vai rodando, dando flor

Sempre que o Sol
Pinta de anil
Todo céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel
Fica um gentil
Carrossel

Roda, roda, roda
Carrossel
Gira, gira, gira
Girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o Sol

O Ar (O vento) – Boca Livre e Vinicius de Moraes

(Vinícius de Moraes)

Estou vivo mas não tenho corpoPor isso é que eu não tenho formaPeso eu também não tenhoNão tenho cor
Estou vivo mas não tenho corpoPor isso é que eu não tenho formaPeso eu também não tenhoNão tenho cor
Quando sou fracoMe chamo brisaE se assobioIsso é comumQuando sou forteMe chamo vento
Quando sou cheiroMe chamo pum!
Estou vivo mas não tenho corpoPor isso é que eu não tenho formaPeso eu também não tenhoNão tenho cor
Estou vivo mas não tenho corpoPor isso é que eu não tenho formaPeso eu também não tenhoNão tenho cor
Quando sou fracoMe chamo brisaE se assovioIsso é comumQuando sou forteMe chamo ventoQuando sou cheiroMe chamo pum!
Quando sou fracoMe chamo brisaE se assovioIsso é comumQuando sou forteMe chamo ventoQuando sou cheiroMe chamo pum!
O Peru – Elba Ramalho

(Vinícius de Moraes)

Glu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peru
O peru foi a passeio pensando que era pavãoTico-tico riu-se tanto que morreu de congestãoO peru dança de roda numa roda de carvãoQuando acaba fica tonto de quase cair no chão(Quando acaba fica tonto de quase cair no chão)
O peru se viu um dia nas águas do ribeirãoFoi-se olhando, foi dizendo que beleza de pavãoFoi dormir e teve um sonho logo que o sol se escondeuQue sua cauda tinha cores como a desse amigo seu(Que sua cauda tinha cores como a desse amigo seu)
Eh, eh-he!Ieh-eh-eh!
Glu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peru
O peru foi a passeio pensando que era pavãoTico-tico riu-se tanto que morreu de congestãoO peru dança de roda numa roda de carvãoQuando acaba fica tonto de quase cair no chão(Quando acaba fica tonto de quase cair no chão)
O peru se viu um dia nas águas do ribeirãoFoi-se olhando, foi dizendo que beleza de pavãoFoi dormir e teve um sonho logo que o sol se escondeuQue sua cauda tinha cores como a desse amigo seu(Que sua cauda tinha cores como a desse amigo seu)
Eh, eh-he!Ieh-eh-eh!
Glu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peruGlu, glu, glu, abram alas pro peru
O Porquinho – Grande Othelo

(Vinícius de Moraes)

Muito prazer, sou o porquinho
Eu te alimento também
Meu couro bem tostadinho
Quem é que não sabe o sabor que tem
Se você cresce um pouquinho
O mérito, eu sei
Cabe a mim também
Se quiser, me chame
Te darei salame
E a mortadela
Branca, rosa e bela
Num pãozinho quente
Continuando o a**unto
Te darei presunto
E na feijoada
Mesmo requentada
Agrado a toda gente
Sendo um porquinho informado
O meu destino bem sei
Depois de estar bem tostado
Fritinho ou a**ado
Eu partirei
Com a tia vaca do lado
Vestido de anjinho
Pro céu voarei
Do rabo ao focinho
Sou todo toicinho
Bota malagueta
Em minha costeleta
Numa gordurinha
Que coisa maluca
Minha pururuca
É uma beleza
Minha calabresa
No azeite fritinha
A Galinha d’angola – Ney Matogrosso

(Vinícius de Moraes)

Coitada, coitadinhaDa galinha d’AngolaNão anda ultimamenteRegulando da bola
Coitada, coitadinhaDa galinha d’AngolaNão anda ultimamenteRegulando da bola
Ela vende confusãoE compra brigaGosta muito de fofocaE adora intriga
Fala tantoQue parece que engoliu uma matracaE vive reclamandoQue está fraca
Tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fraca
Tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fraca
Coitada, coitadinhaDa galinha d’AngolaNão anda ultimamenteRegulando da bola
Coitada, coitadinhaDa galinha d’AngolaNão anda ultimamenteRegulando da bola
Come tantoAté ter dor de barrigaEla é uma bagunceiraDe uma figa
Quando choca, cocorocaCome milho e come cacaE vive reclamandoQue está fraca
Tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fraca
Tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fraca
Tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fraca
Tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fracaTou fraca, tou fracaTou fraca, tou fraca, tou fraca
A Formiga – Clara Nunes

(Vinícius de Moraes)

As coisas devem ser bem grandesPra formiga pequeninaA rosa, um lindo palácioE o espinho uma espada fina
A rosa, um lindo palácioE o espinho uma espada fina
A gota d’água, um manso lagoUm pingo de chuva, o marOnde um pauzinho boiandoÉ navio a navegar
Onde um pauzinho boiandoÉ navio a navegar
Um bico de pão, o CorcovadoO grilo, um rinoceronteUns grãos de sal derramadosOvelhinhas pelo monte
Uns grãos de sal derramadosOvelhinhas pelo monte
As coisas devem ser bem grandesPra formiga pequeninaA rosa, um lindo palácioE o espinho uma espada fina
A rosa, um lindo palácioE o espinho uma espada fina
Laralaralarara laralarararararaLaralaralarara laralararararara
Os Bichinhos e o Homem – Céu da Boca

(Vinícius de Moraes)

Nossa irmã,a mosca
É feiane tosca
Nosso irmão o mosquito
É mais bonito
É mais bonito
Nosso irmão,o besouro
É feito de coro
Mal sabe voar
Mal sabe voar
Nossa irmã,a barata
Bichinha mais chata
É da prima borboleta
Que é uma careta
Que é uma careta
Enquanto que o grilo
Que vive dandoestrilo
Só pra chatear
Só pra chatear
E o bicho-do-pé
Que gostoso que ele é
Quando da coceira
Coça que não é brincadeira
E nosso irmão carrapato
Que é um outro bicho chato
É primo-irmão do bacilo
Que é um irmão tranqüilo
Que é um irmão tranqüilo
E o homem que pensa tudo saber
Não sabe o jantar que os bichinhos vão ter
Quando o seu dia chegar
Quando o seu dia chegar
O Filho Que Eu Quero Ter – Paulinho da Viola

(Vinícius de Moraes)

É comum a gente sonhar, eu sei
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar
O filho que eu quero ter

Dorme, meu pequenininho
Dorme, a noite já vem
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem

De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem me beijar
Quando eu chegar lá de onde eu vim
Um menino sempre a me perguntar
Um por quê que não tem fim
Um filho a quem só queira o bem
E a quem só diga que sim

Dorme, menino levado
Dorme,que a vida já vem
Teu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem

Quando a vida, enfim, me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz me embalar
Num acalanto de adeus
Dorme, meu pai, sem cuidado
Dorme, que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter

Fontes

APOLINÁRIO, Sônia. “Globo compra direitos de versos de Vinícius”. In: O Estado de S. Paulo, 11/11/1999; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003.

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Os números musicais com destaque para “O Leão” de Fagner

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