

Direção
Ewaldo Ruy e Augusto César Vannucci (geral)
Ronaldo Bôscoli
Destaque
Os números musicais com destaque para “O Leão” de Fagner
Após o sucesso do especial Vinicius para Criança, a Globo levou ao ar o musical Arca de Noé II, inspirado no segundo disco do álbum ‘A Arca de Noé’.
O especial apresentava poemas de Vinicius de Moraes musicados por alguns de seus maiores amigos e parceiros, como Tom Jobim e Toquinho. A apresentação ficou a cargo da menina Aretha, que já havia conduzido o primeiro especial, exibido no ano anterior.
O cenário, montado no Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, era baseado nos desenhos do artista plástico Elifas Andreato, e consistia em uma grande arca, em volta da qual as crianças atuavam. A produção do programa foi assinada por Nalygia Santos.
Escolhida para apresentar o especial, Aretha era filha dos cantores Antonio Marcos e Vanusa. Em novembro de 1999, a Rede Globo adquiriu os direitos de 70 poemas de Vinicius de Moraes. A ideia era transformar as poesias em um segmento fixo dentro do horário infantil da emissora.
Com longas barbas e cabelos brancos, o bondoso Noé (Manfredo Colassanti) abria o programa. As músicas cantadas eram do segundo disco do álbum A Arca de Noé, produzido por Toquinho, Fernando Faro e Rogério Duprat. Eram elas: O Leão, com Fagner; O Pinguim, com Toquinho; O Pintinho, com As Frenéticas; A Cachorrinha, com Tom Jobim; O Girassol, com Jane Duboc; O Ar (O Vento), com Boca Livre; O Peru, com Elba Ramalho; O Porquinho, com Grande Otelo; A Galinha-d’Angola, com Ney Matogrosso; Os Bichos e o Homem, com Céu da Boca; O Filho que Eu Quero Ter, com Paulinho da Viola; e A Formiga, com Clara Nunes.


















Selo: Ariola – 201 631
Formato: Vinil, LP, Álbum
País: Brasil
Lançado: 1982
1 – Abertura – A Arca de Noé – Dionísio Azevedo
2 – O Leão – Fagner
3 – O Pinguim – Toquinho
4 – O Pintinho – Frenéticas
5 – A Cachorrinha – Tom Jobim
6 – O Girassol – Jane Duboc
7 – O Ar (O vento) – Boca Livre e Vinicius de Moraes
8 – O Peru – Elba Ramalho
9 – O Porquinho – Grande Othelo
10 – A Galinha d’angola – Ney Matogrosso
11 – A Formiga – Clara Nunes
12 – Os Bichinhos e o Homem – Céu da Boca
13 – O Filho Que Eu Quero Ter – Paulinho da Viola
(Vinícius de Moraes)
Leão! Leão! Leão!
Rugindo como um trovão
Deu um pulo, e era uma vez
Um cabritinho montês
Tua garra, uma navalha
Cortando a presa na queda
Leão longe, leão perto
Nas areias do deserto
Leão alto, sobranceiro
Junto do despenhadeiro
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Leão na caça diurna
Saindo a correr da furna
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não?
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
O salto do tigre é rápido
Como o raio, mas não há
Tigre no mundo que escapa
Do salto que o leão dá
Não conheço quem defronte
O feroz rinoceronte
Pois bem, se ele vê o leão
Foge como um furacão
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não?
Leão se esgueirando à espera
Da passagem de outra fera…
Vem um tigre, como um dardo
Cai-lhe em cima o leopardo
E enquanto brigam, tranqüilo
O leão fica olhando aquilo
Quando se cansam, o Leão
Mata um com cada mão
Leão! Leão! Leão!
És o rei da criação!
Leão! Leão! Leão!
Foi Deus quem te fez ou não?
(Vinícius de Moraes)
Bom dia pinguim,
Onde vais assim
Com ar apressado?
Eu não sou malvado,
Não fique assustado
Com medo de mim.
Eu só gostaria
De dar um tapinha
No seu chapéu jaca.
Ou bem de levinho
Puxar o rabinho
Da sua casaca.
Quando você caminha
Parece o Chacrinha
Lelé da caixola.
E um velho senhor
Que foi meu professor
No meu tempo de escola.
Pinguim, meu amigo,
Não zangue comigo
Nem perca a estribeira.
Não pergunte por quê,
Mas todos põem você
Em cima da geladeira
(Vinícius de Moraes)
Pintinho novo
Pintinho tonto
Não estás no ponto
Volta pro ovo
Eu não me calo
Falo de novo
Não banque o galo
Volta pro ovo
A tia raposa
Não marca touca
Tá só te olhando
Com água na boca
E se ligeiro
Você escapar
Tem um granjeiro
Que vai te adotar
O meu ovo tá estreitinho
Já me sinto um galetinho
Já posso sair sozinho
Eu já sou dono de mim
Vou ciscar pela cidade
Grão-de-bico em quantidade
Muito milho e liberdade
Por fim
Pintinho raro
Pintinho novo
Tá tudo caro
Volta pro ovo
E o tempo inteiro
Terás, pintinho,
Um cozinheiro
No seu caminho
Por isso digo
E falo de novo
Pintinho amigo
Então volta pro ovo
Se de repente
Você escapar
Num forno quente
Você vai parar
Gosto muito dessa vida
Ensopada ou cozida
Até assada é divertida
Com salada e aipim
Tudo é lindo e a vida é bela
Mesmo sendo à cabidela
Pois será numa panela
Meu fim
Por isso eu digo
E falo de novo
Pintinho amigo
Então volta pro ovo
E se ligeiro
Você escapar
Tem um granjeiro
Que vai te adota
(Vinícius de Moraes)
Mas que amor de cachorrinha!
Mas que amor de cachorrinha!
Pode haver coisa no mundo
Mais branca, mais bonitinha
Do que a tua barriguinha
Crivada de mamiquinha?
Pode haver coisa no mundo
Mais travessa, mais tontinha
Que esse amor de cachorrinha
Quando vem fazer festinha
Remexendo a traseirinha?
Uau, uau, uau, uau!
Uau, uau, uau, uau!
(Vinícius de Moraes)
Sempre que o Sol
Pinta de anil
Todo céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel
Roda, roda, roda
Carrossel
Roda, roda, roda
Rodador
Vai rodando, dando mel
Vai rodando, dando flor
Sempre que o Sol
Pinta de anil
Todo céu
O girassol
Fica um gentil
Carrossel
Fica um gentil
Carrossel
Roda, roda, roda
Carrossel
Gira, gira, gira
Girassol
Redondinho como o céu
Marelinho como o Sol
(Vinícius de Moraes)
(Vinícius de Moraes)
(Vinícius de Moraes)
(Vinícius de Moraes)
(Vinícius de Moraes)
(Vinícius de Moraes)
(Vinícius de Moraes)
É comum a gente sonhar, eu sei
Quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar
Um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar
Com o pranto a me correr
E assim, chorando, acalentar
O filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho
Dorme, a noite já vem
Teu pai está muito sozinho
De tanto amor que ele tem
De repente o vejo se transformar
Num menino igual a mim
Que vem me beijar
Quando eu chegar lá de onde eu vim
Um menino sempre a me perguntar
Um por quê que não tem fim
Um filho a quem só queira o bem
E a quem só diga que sim
Dorme, menino levado
Dorme,que a vida já vem
Teu pai está muito cansado
De tanta dor que ele tem
Quando a vida, enfim, me quiser levar
Pelo tanto que me deu
Sentir-lhe a barba me roçar
No derradeiro beijo seu
E ao sentir também sua mão vedar
Meu olhar dos olhos seus
Ouvir-lhe a voz me embalar
Num acalanto de adeus
Dorme, meu pai, sem cuidado
Dorme, que ao entardecer
Teu filho sonha acordado
Com o filho que ele quer ter
APOLINÁRIO, Sônia. “Globo compra direitos de versos de Vinícius”. In: O Estado de S. Paulo, 11/11/1999; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003.
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