Arrelia
foi um dos primeiros palhaços a participar
da televisão brasileira, até mesmo nos programas-teste, que aconteceram no
Hospital das Clínicas, em São Paulo em 1950, ele estava presente, criando
quadros famosos, como o que aparecia só com uma bengala fazendo delirar os
espectadores.
Difícil
esquecer a forma
hilária como o palhaço “mastigava”
certas palavras, sua pintura, as roupas grotescas, os bordões de fácil memorização.
Ganhou seu apelido, ainda pequeno, pois gostava muito de "arreliar" os
outros. Passaram então a chamá-lo de Arrelia. Apesar de trabalhar como
palhaço desde 1922, foi só em 1927 que o mundo ficou conhecendo o famoso
Arrelia. Foi obrigado a substituir um palhaço no espetáculo, e o
empurraram para dentro do picadeiro.
Arrelia
virou um dos palhaços
mais famosos do país principalmente depois da apresentação do
Cirquinho
do Arrelia que estreou em 1951 na TV Paulista, onde ficou só um ano. "Saímos
porque a situação da TV chegou a um ponto que eles já não pagavam mais
ninguém”, conta o palhaço. O programa era exibido de um estúdio bem pequeno,
uma antiga lavanderia. Tudo era feito com muito esforço e criatividade.
Logo
depois, em 1953, o palhaço foi para TV
Record onde ficou até 1974 - um sucesso de 21 anos que enterraria de vez
as lembranças dos tempos difíceis da TV Paulista. Arrelia a princípio
trabalhava ao lado do irmão Henrique, que sempre o acompanhava, depois
formou dupla com o sobrinho Pimentinha, divertindo adultos e crianças.
O comprimento dos dois, quando
apertavam as mãos de forma exagerada e sincronizada e depois terminavam
com um abraço com a perna envolvendo a um ao outro, ficou imortalizado e
foi muito imitado pelas crianças da época,
graças também a frase que o acompanhava: "como
vai? como vai? como vai? .... Eu vou bem, muito bem, bem, bem".
A
arquibancada estava sempre repleta
de crianças, que participavam das brincadeiras e repetiam todos os
bordões, num coro entusiasmado. Os esquetes eram sempre parecidos ou
repetidos, mas era impossível não rir dos pontapés, tapas, correrias,
banhos de talco e tortas na cara; coadjuvados por mágicos, acrobatas,
contorcionistas e malabaristas. Era pura pantomima, no melhor estilo
“Carlitos” – Arrelia também usava bengala – e “Os Três Patetas”.
Um
dos segredos do sucesso do
Cirquinho do
Arrelia era a dedicação do palhaço ao circo e o estudo que fazia de seu
personagem, para manter o interesse do público.
Sua
saída da Record coincide com a chegada
de outra geração de palhaços eletrônicos. Renato Aragão lançou
Os
Insociáveis (Record, 1974), embrião do que as gerações seguintes chamariam
de
Os Trapalhões.
Elenco
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Apresentação:
Waldemar Seyssel .... Arrelia
Esquetes:
Waldemar Seyssel .... Arrelia
Walter Seyssel .... Pimentinha
Henrique Seyssel
Amélia Seyssel |
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