Direção
Roberto Manzoni e Hélio Vargas – Wanderley Villa Nova
Coordenação
Wilson Aguiar
Destaque
O personagem Garibaldo, interpretado por Laerte Morrone
Vila Sésamo foi apresentado simultaneamente pela TV Cultura de São Paulo e pela Rede Globo, de 1972 a 1974. Como inicialmente a Globo não tinha estúdio disponível para as gravações, estabeleceu-se uma coprodução entre as duas emissoras. Posteriormente, só a Rede Globo continuou exibindo Vila Sésamo numa segunda fase, de 1974 a 1975; e numa terceira fase, de 1975 a 1977.
A grande preocupação do programa, segundo Wilson Aguiar, era diminuir as diferenças culturais entre as crianças de classes sociais distintas.
Para adequar o programa americano à realidade brasileira, foi realizado um estudo especial. A preocupação era fazer um produto com a nossa linguagem e adaptá-lo ao modo de ensino do nosso país. Alguns poucos países no mundo tiveram o direito de utilizar a orientação pedagógica do Sesame Street, cuja adaptação só era autorizada para os que tivessem pleno domínio da pedagogia adotada pela produção norte-americana. A partir de 1973, o programa passou a ser integralmente nacional.
O infantil ia ao ar de segunda-feira a sexta-feira, em duas edições diárias, pela manhã e à tarde. A duração diária do infantil variou ao longo dos anos.
Na versão brasileira, Sesame Street foi transformada em uma vila operária, onde viviam personagens tipicamente brasileiros. O bem-humorado Juca era o faz-tudo local, capaz de consertar qualquer coisa. Sua esposa Gabriela representava a típica mãezona, atenciosa, paciente e doceira de mão cheia. Ana Maria era a professora brincalhona, namorada de Antônio (Flávio Galvão), motorista de caminhão.
Eram apresentados pequenos esquetes com duração máxima de três minutos, e a mesma informação era repetida mais de uma vez. Com tom de brincadeira, o programa ensinava, estimulando o raciocínio, e transmitia noções básicas do alfabeto, números e cores.
A partir de 1973, quando ‘Vila Sésamo’ passou a ser totalmente nacional, foram criadas as versões brasileiras dos famosos bonecos Garibaldo e Gugu, por Naum Alves de Souza.
Garibaldo (Laerte Morrone) era uma mistura de galinha e pato, alto e desengonçado. Adorava aprender coisas novas e vivia brigando com o mal-humorado Gugu (Roberto Orozco). Sempre ranzinza, Gugu não saía do barril onde morava. Garibaldo tinha ainda um amigo imaginário, o Funga-Funga (Marcos Miranda). Meio rato, meio elefante, ele aparecia somente para as crianças.
Completavam a turma o personagem Beto, que tinha que ensinar tudo a Ênio, um bobalhão que não sabia de nada; e o Monstrinho Come-Come, que só queria saber de “biscoooooooito!”. Os bonecos foram especialmente criados para que as crianças se identificassem com suas personalidades e atitudes. Eles tropeçavam, erravam e faziam bobagens, não eram heróis infalíveis.
Em 1974, Vila Sésamo contava com uma equipe de cerca de 350 pessoas e com a participação de aproximadamente 800 crianças.
Os cenários foram ampliados e, apesar de ser exibido em preto e branco, novas cores foram usados pela equipe de cenografia com a intenção de dar um visual mais rico à atração.
O figurino também sofreu alterações: os atores trocavam de roupa várias vezes para mostrar a importância da higiene pessoal para as crianças.
Desde o início de 1975, Vila Sésamo passou a contar com uma equipe de mais de 100 pessoas, sendo gravado no Teatro Globo, em São Paulo, e editado pela Divisão de Educação da Rede Globo.
Em 1972, Vila Sésamo recebeu o Troféu Helena Silveira em duas categorias – Melhor Programa Cultural e Revelação Feminina (Sonia Braga) –, além do prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) como melhor programa em sua categoria.
O tema Alegria da Vida ganhou no exterior um prêmio de melhor música feita para uma adaptação do Sesame Street.
Também a partir de 1973, as músicas do programa original também foram substituídas por outras, compostas por Marcos e Paulo Sérgio Valle, e os textos foram entregues a escritores brasileiros como Dinah Silveira de Queiroz, Ivan Lessa, Marcos Rey, Ronaldo Ciabrone e Carlos Alberto Seidl.
Selo: Som Livre – 403.6035
Formato: Vinil, LP, Álbum
País: Brasil
Lançado: 1972
1 – Abecedário – Trio Soneca
2 – Querer é Poder – Trio Soneca
3 – Gugu – Trio Soneca
4 – Os Bichos – Trio Soneca
5 – Diferenças – Trio Soneca
6 – Classificação – Trio Soneca
7 – Alegria da Vida – Orquestra e Coro Som Livre
8. Funga Funga – Trio Soneca
9. Partes do Corpo – Trio Soneca
10. Adição – Subtração – Trio Soneca
11. Imaginação – Trio Soneca
12. Garibaldo – Trio Soneca
13. Pequenos Erros – Trio Soneca
14. Vila Sésamo – Suzana Machado Ribeiro
Selo: Som Livre – 7S-1017
Formato: Vinil, LP, Compacto
País: Brasil
Lançado: 1972
1 – Alegria da Vila – Coral Som Livre
2 – Cinto de Inutilidades – Coral Som Livre
(Marcos Valle, Celson Motta, Paulo Sérgio Valle)
Todo dia é dia
Toda hora é hora
De saber que este mundo é seu
Se você for amigo e companheiro
Com alegria e imaginação
Vivendo e sorrindo
Criando e rindo
Será muito feliz
E todos serão também!
“Ele recheia o Garibaldo” – O Estado de S. Paulo (03/02/2008); JIMENEZ, Keila. “NBC investe na Web” – O Estado de S. Paulo (20/11/2007); MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; “As lições da Vila” – Veja (06/09/1972).
Direção
Roberto Manzoni e Hélio Vargas – Wanderley Villa Nova
Coordenação
Wilson Aguiar
Destaque
O personagem Garibaldo, interpretado por Laerte Morrone
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