Direção
Paulo Netto e Vicente Burger
Roteiro
Paulo Netto e Augusto César Vannucci
Destaque
Os números musicais com destaque para “Verde que te Quero Ver” de Paulinho Tapajós e a Turma do Verde
Exibido no dia 17 de agosto de 1984, às 21h20, o musical infantil Verde Que Te Quero Ver foi uma adaptação de Paulo Netto e Augusto César Vannuci do original homônimo de Paulinho Tapajós e Edmundo Souro, com direção geral de Paulo Netto.
Tendo trabalhado no Xingu ao lado do antropólogo Orlando Villas Boas, o diretor Paulo Netto interessou-se pela mensagem ecológica do musical criado por Paulinho Tapajós e Edmundo Souto – parceiros desde a década de 1960, quando fizeram sucesso nos festivais de música com as canções “Andança” (1967) e “Luciana” (1968).
O cenário criado por Irênio Maia transformou o palco do Teatro Fênix, no Rio de Janeiro, numa grande floresta , com rios, lagos, pássaros e animais coloridos. Nesse ambiente, diversos artistas contam, através da música, a história de um cacique que, fugindo do desmatamento, acaba se apaixonando pela Vitória-Régia.
As canções apresentadas no programa foram: Verde que te quero ver, com Paulinho Tapajós e A Turma do Verde; Canção do despertar, com Fabiano e Aretha; Xote dos pássaros e Aguapé, ambas cantadas por Jane Duboc e A Cor do Som; Boto desbotado, com o Grupo Magazine; Conquista do cacique, com Mu; Dança dos brinquedos, com Cristina Conrado e Viva Voz; Raio de luar, com Beth Carvalho; Tema do nascimento de Luana, com Márcio Montarroyos; Acalanto de Luana, com Lucinha Lins; Palhaço real, com Marcelo; Quando eu ficar grandão, com Fabiano e Viva Voz.
O ponto de partida da história se passa numa pequena vila de casas, onde algumas crianças, preocupadas com a destruição do verde na cidade, decidem organizar uma passeata. O líder do grupo, sonha á noite com seu próprio desejo de um dia poder falar com as flores. Então, ele desperta com uma estranha voz em seu quarto e descobre que sua interlocutora é uma pequena flor.
Os dois partem numa viagem fantástica pela Floresta Amazônica, e o menino conhece um cacique, que vive preocupado com as consequências do desmatamento, com o desaparecimento de várias espécies de animais e vegetais e com o futuro dos povos indígenas.
Apaixonados, o cacique e a Vitória-Régia decidem se casar, configurando a união dos índios com a natureza. Com a chegada da Noite, do amor dos dois nasce uma pequena flor, Luana. É quando o menino compreende a lição de que também as plantas são seres vivos e devem ser respeitadas.
A história segue em grande parte da estrutura narrativa das lendas indígenas, e os textos funcionam como ligação entre os quadros musicais.
Para o encerramento do programa, uma grande passeata em defesa do meio ambiente foi montada na Quinta da Boa Vista, na cidade do Rio de Janeiro, com a participação de mais de 800 crianças.
Selo: WEA – 28.096
Formato: Vinil, LP, Álbum
País: Brasil
Lançado: 1984
1 – Verde que te Quero Ver – Paulinho Tapajós e a Turma do Verde
2 – Canção do Despertar – Fabiano e Aretha
3 – Xote dos Pássaros – Jane Duboc e a Cor do Som
4 – Aguapé – Jane Duboc e A Cor do Som
5 – Boto Desbotado – Magazine
6 – Canção do Arco-Íris – Lucinha Lins & Marcelo
7 – Conquista do Cacique – Mú
8 – Dança dos Brinquedos – Cristina Conrado e Viva Voz
9 – Doce Doce – Lucinha Lins
10 – Raio de Luar – Beth Carvalho
11- Acalanto de Luana – Lucinha Lins
12 – Palhaço Real – Marcelo
13 – Canção de Fadas – Aretha
14 – Quando eu Ficar Grandão – Fabiano e Viva Voz
Verde verde verde verde
Verde que te quero ver
Verde verde verde verde
Verde que eu quero é viver
Ver, quero ver os animais
Frutas, flores e quintais
Passarinhos, riachos, cascatas
Ver a esperança renascer
Quando o dia amanhecer
Todo mundo há de gritar
Que te quero
Verde verde verde verde
Verde que te quero ver
Verde verde verde verde
Verde que eu quero é viver
Quero verde
Fora com essa bomba H
Quero verde
Fora a usina nuclear
Quero verde
Quero ver de novo a natureza
Quero verde
Fora com a poluição
Quero verde
E à queimada eu grito não
Quero verde
Quero ver de novo a natureza
Uirapuru
Canto pra chuchu
Sou o sabiá
Canto pra alegrar
Bem te vi, bem te vi
Bem te vi cantando aqui
Colibri, colibri
Gosto muito de te ouver
(breque: Faltou o curió)
Sou o curió
Quase fiquei só
Então vem pra cá
Pra gente cantar
Bem te vi, bem te vi
Bem te vi cantando aqui
Colibri, colibri
Gosto muito de te ouvir
Lá do outro lado do arvoredo
Vive o meu amor escondido
Um passarinho contou
Voa sabiá vá encontrar
Meu bem querer vá lá dizer
Meu bem te vi longe daqui
Sou curió cantando só
Uirapuru do Pajeú
Sem um xodó num cafundó
Volta prá aqui meu colibri
Lembra do fubá do gravatá
Do cangerê do Pererê
Do jaboti do Guarani
Do bororó do mocotó
Do meu bambu do babassú
Do Marajó do Tororó
Jamais te vi meu colibri
Lembra do cajá do butiá
Do aguapé pé de café
Da juriri do assaí
Do abricó de Mossoró
Do inhambú mandacarú
Do pão de ló nó de jiló
Volta pra aqui meu bem te vi
Tenho um ninho guardado
Para o meu namorado
Deixei lá em segredo
Porque ainda era cedo
Aguardando o pedido
Tenho um ninho escondido
Ele vive guardado
Pra você me guarda
Sou um bôto desbotado
Vivo assustado
Vou contar porquê
Outro dia dei um salto
Alegre lá pro alto
Lindo de morrer
E um mergulho bem bonito
Numa lata de palmito
Por incrível que pareça
Treze pontos na cabeça
Tá ficando esquisito, tá ficando esquisito
Tá ficando esquisito
Esse rio está tão sujo
Some caramujo
Fuja quem puder
Já não vejo mais sirí
Vou me mandar daqui
Eu quero é dar no pé<
Tão matando jacaré
Olha o boto, olha a bota, olha o lixo, olha a lata
Tão matando jacaré
Olha o bôto, olha a bota, olha o lixo, olha a lata
Tão matando jacaré
Olha o bôto, olha a bota, olha o lixo, olha a lata
Tão matando jacaré
Olha o bôto, olha a bota, olha o lixo, olha a lata
Porque os bôtos
Não são idiotas
E eu não sou bôto
De bater as botas
Canção do Arco-íris
Paulinho Tapajós
Eu fui caminhando
Num estranho caminho
À espera de um novo lugar
A tarde era linda
O sol feliz sorria
Brilhando tal qual seu olhar
Fiquei sonhando acordado e vi
Coisa mais linda não há
O céu bem mais azul
O mais puro de se ver
Então vi
A luz do céu se acender
Veio um arco-íris
Com todas as cores
Tal fosse um imenso portal
No fim do caminho
Do céu surgiu a estrada
Do grande portão principal
Eu sou cacique eu sou tupi
Foi na floresta
Onde eu nasci
Eu tenho penas
No meu cocar
Mas não sou ave
Nem sei voar
Eu sou cacique
Eu sou tupi
Eu vi meu povo
Se destruir
Eu tenho penas
No meu cocar
Que nem as penas
Do meu penar
Vim buscar amigos
Pra brincar
Longe do perigo
Eu quero amar
Chega aqui, chega aqui, chega aqui, chega aqui
Pra brincar com o caqui
Vem pra cá, vem pra cá, vem pra cá, vem pra cá
Vem brincar com o cajá
Vem brincar sem medo, tudo é de brinquedo, é só você pegar
Nossa brincadeira dura a vida inteira se você gostar
Pra jogar pião, tem pera, tem caju, morango e pimentão
Pra brincar de gude pegue uma pitanga ou pegue um jamelão
Tem bola de coco, bola de laranja, bola de limão
Bola de goiaba bola carambola bola de melão
E pra pular corda nada é mais forte, nada é melhor
Basta procurar você vai achar a corda de cipó
Chega aqui, chega aqui, chega aqui, chega aqui
Pra brincar com o caqui
Vem pra cá, vem pra cá, vem pra cá, vem pra cá
Vem brincar com o cajá
Pra jogar peteca pegue uma dracena, escolha qualquer cor
Ou flor de açucena que é também sapeca e é uma linda flor
Chega aqui, chega aqui, chega aqui, chega aqui
Pra brincar com o caqui
Vem pra cá, vem pra cá, vem pra cá, vem pra cá
Vem brincar com o cajá
Corra pela mata, finja que é pirata e vá por onde for
Nossa brincadeira pela vida inteira segue a lei do amor
Você é doce demais
Como fosse
Um beija-flor nos quintais
Que assustou-se Quando viu
Meu aceno E fugiu
Para o nunca mais
Eu queria provar desse mel
Desse doce
Não sei voar pelo céu
Como fosse
Um avião
Passarinho
Pra chegar
Lá no nunca mais
Vou me esconder no jardim
Como fosse
Rosa, camélia, alecrim
Quando você retornar
Como fosse
Um beija-flor e pousar
Doce doce
Vai deixar
O seu beijo
Doce assim
Bem dentro de mim
Se há no céu o amor
Há muito mais aqui no chão
Basta se entregar
Saber abrir o coração
Abençôo os noivos
Guardem nos seus olhos
Esse raio de luar
E a felicidade
Que há de ser eterna
Vamos todos festejar
Viva então os noivos
Viva a alegria
Viva o raio de luar
E a felicidade
Que há de ser eterna
Vamos todos festejar
Quando a noite cai na rua
O meu bem dorme com a lua
Travesseiro de luar
É o lugar dela sonhar
Ah Luana flor morena
Lua nova tão pequena
Traz pra terra
A paz do céu
Princesinha linda que nasceu
(que adormeceu)
Sou palhaço e sou sabido
Sou palhaço e sou real
Sou real real
Sou real real
Sou real real real
Tenho cara de cebola
Braço e perna de cenoura
Eu adoro se alguém beija
Meu nariz que é de cereja
Sou palhaço e sou amigo
Sou palhaço e sou legal
Sou legal legal
Sou legal legal
Sou legal legal legal
A barriga é berinjela
Todo o mundo aperta ela
Só não gosto é que amasse
Minha gola de alface
Quando eu canto pra você ouvir
Eu viajo além do fim do mundo
Chego às vezes a pensar
Que talvez um anjo
Vem morar em mim
Quando eu canto assim
Quando eu canto pra você dançar
Minha bailarina tem os pés de fada
Cada vez que toca o chão
Leve como pluma
Feito uma canção
Que se canta assim
Amanhã quando eu ficar grandão
Quero ser o rei de uma nação
A maldade eu vou mandar prender
No meu reino ninguém vai sofrer
Todo o dia vão nascer canções
Nos corações
Que nem botões
Farei somente a lei de ser feliz
Amanhã quando eu ficar grandão
Vai caber o sol na minha mão
Vai ser minha bola de brincar
Pros amigos novos conquistar
Quero ser amigo do jasmim
Do alecrim
Do meu jardim
Viver seguindo a lei de ser feliz
Ar de respirar sem adoecer
Mar de mergulhar
Do fundo até se ver
Frutos como os frutos devem ser
E ainda ser menino se eu crescer
Rio de pescar
Chão de ser plantar
De tudo brotar
De tudo renascer
Vida como Deus queria ver
E ainda ser menino se eu crescer
MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003
Direção
Paulo Netto e Vicente Burger
Roteiro
Paulo Netto e Augusto César Vannucci
Destaque
Os números musicais com destaque para “Verde que te Quero Ver” de Paulinho Tapajós e a Turma do Verde
Os programas citados são de propriedade das emissoras detentoras dos seus direitos. Apesar disso, muitos logos foram desenhados e imagens exclusivas conseguidas pelo InfanTv. Ao copiar o material, não esqueça de citar a fonte.