Direção
Augusto César Vannucci (geral)
Roteiro
Wilson Rocha
Destaque
O número musical “O Caderno” de Chico Buarque de Holanda
Uma casa de brinquedos sempre foi símbolo de alegria e diversão. Baseado nessa ideia, Augusto César Vannucci construiu um mundo mágico, repleto de histórias de fadas e dos quadrinhos brasileiros. A condução da narrativa era feita por Aretha.
Uma pequena casa de brinquedos, perdida numa rua escura, é o cenário das primeiras sequências do especial ‘Casa de Brinquedos’. Ali, um velho artesão (Dionísio Azevedo) cria e conserta bonecos de pano, trenzinhos, bailarinas de corda e outros brinquedos. A solidão e o silêncio do artesão são interrompidos com a chegada de Aretha.
Como em uma cena de mágica, o velho senhor desaparece e um polichinelo ganha vida. Ele leva a menina para conhecer os encantadores mistérios daquela casa, que abriga soldadinhos de chumbo, ursinhos de pelúcia, robôs e inúmeros outros brinquedos.
O primeiro morador da casa que Aretha conhece é o robô, interpretado por Tom Zé. Sempre com algum defeito, ele fala sobre as desvantagens de ser o homem do futuro. Aretha também descobre as maravilhas da bicicleta, através da apresentação de Simone, que interpreta a canção A Bicicleta. Representadas pela atriz Lucinha Lins e pelas integrantes do balé infantil da academia Dalal Aschar, as bailarinas das caixas de música também encantam Aretha com sua leveza.
Ao longo do programa, a menina se depara com outras novidades que a deixam radiante.
Com o auxílio de recursos como animação e chromakey (recurso que permite que a imagem captada por uma câmera possa ser inserida sobre outra, criando-se a impressão de primeiro plano e fundo), o programa mostrou super-heróis que voavam, figuras desenhadas num caderno que cantavam, e um pequeno canhão de brinquedo dançando ao lado de intérpretes. Bonecos animados também entraram em cena para contracenar com os cantores.
Vários nomes da música brasileira participaram do especial: Chico Buarque de Hollanda interpretou O Caderno; Toquinho interpretou O Avião; Moraes Moreira e Davi Moraes cantaram A Bola, entre outros números musicais. A trilha sonora de ‘Casa de Brinquedos’ contava ainda com as músicas O Robô, interpretada por Tom Zé;
Ainda no especial, O Trenzinho, com o grupo Roupa Nova; Os Super-Heróis, com o grupo MPB-4; O Macaquinho de Pilha, cantada por Carlinhos Vergueiro; A Espingarda de Rolha, com Baby do Brasil; e O Ursinho de Pelúcia, com Cláudio Nucci.
Selo: Ariola – 813 620-19
Formato: Vinil, LP, Álbum
País: Brasil
Lançado: 1983
1 – A Verdadeira História de Adão e Eva – Blitz
2 – Papai Sabe Tudo – Erasmo Carlos
3 – Superproduto de Rock – Barão Vermelho
4 – Conselhos da Titia – Ruban e Tavinho Paes
5 – Deu Bololô – Eduardo Dusek
6 – Brinquedo de Armar – Daltony Nóbrega e Wilson Rocha
7 – Grilo Danado – Turma do Plunct Plact Zum
8 – Garoto Cibernetico – Paulo Vignolo
9 – Sua Vez – Ivan Lins e Gabriel Vannucci
10 – Pai – Fabiano Vannuci
11 – Além das Alianças – Vanuza e Aretha
12 – A Geração Da Luz – Raul Seixas
Quanta coisa ele conhece,
Sabe a tudo responder.
E o que tanto o entristece
É ser humano ele não ser.
Com suas veias de metal
Raciocina e sabe andar.
Mas o que lhe faz tão mal
É não sorrir e nem chorar.
Sou robô e a vida é dura
Quando se é feito de lata.
Sou sem jogo de cintura
E a minha voz é muito chata.
Vou ter sempre algum defeito,
Já perdi a esperança.
Pelo homem eu fui feito
À sua imagem e semelhança.
Nunca tem nenhuma dúvida,
Incansável e seguro.
Por tudo isso ele é considerado
O homem do futuro.
Ser o homem do futuro
Não me anima muito, não.
Todos saberão de tudo,
Mas como eu, sem coração.
Os adultos, sempre sérios,
Sabem só me programar.
Se eles não brincam comigo,
Com criança eu vou brincar.
Sou mais ligeiro que um carro,
Corro bem mais que um navio.
Sou o passarinho maior
Que até hoje você na sua vida já viu.
Vôo lá por cima das nuvens,
Onde o azul muda de tom.
E se eu quiser ultrapasso fácil
A barreira do som.
Minha barriga foi feita
Pra muita gente levar.
Trago pessoas de férias
E homens que vêm e que vão trabalhar.
Dentro eu não faço barulho,
Fora é melhor nem pensar.
Voando pareço levinho,
Mas sou mais pesado que o ar.
Venha voar comigo, amigo.
Sem medo venha voar.
De dia tem o sol brilhando,
De noite quem brilha é o luar.
Venha voar comigo, amigo.
Sem medo venha voar.
Em dia nublado não fique assustado
Que eu tenho radar.
Se às vezes balanço um pouquinho
É o vento querendo brincar.
Se chove chuvisco fininho
São nuvens tristonhas a choramingar.
Se você me vê lá no alto
Voando na imensidão,
Eu fico tão pequenininho
Que caibo na palma da mão.
Nós somos os super-heróis
Defendemos nossa nação
Vivemos nos gibis, nas telas dos cines
Nos filmes de televisão
Levamos bandidos cruéis e malvados ladrões
A dormir na prisão
Nós somos os super-heróis
Lutamos contra quem vier
Baixinhos, gordinhos, gigantes
Vilões maquiavélicos, homem ou mulher
Mas temos momentos na vida
Em que somos pessoas como outras quaisquer
Eu sou o homem-aranha
E vou lhes contar um pequeno segredo
Se esqueço da rede subindo num prédio
Eu fico morrendo de medo
Eu sou o detetive Batman
E ontem à tarde perdi minha agulha
Caiu um botão da minha capa e eu
Não pude de noite fazer a patrulha
Eu sou o leal super-homem
E hoje cedinho, antes de ir pro batente
Estava com sono e passei sem querer
Criptonita na escova de dente
Eu sou o conhecido Hulk
E vou revelar um segredo contido
No carnaval na avenida vou me fantasiar
De abacate batido
Eu sou a mulher-maravilha
E super-mulher que se preza não mente
Eu fui dar um beijo no meu namorado
E quebrei seus dentinhos da frente
Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o bê-a-bá
Em todos os desenhos
Coloridos vou estar
A casa, a montanha
Duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel
O macaquinho quando está de pilha nova
Fica todo entusiasmado, bota pra quebrar.
Abre a torneira e sai molhando a casa inteira
E o rolo de papel higiênico vai desenrolar.
Entope o ralo, fecha a porta, abre a janela
E duas tampas de panela bate até cansar.
Pula do canto de cá pro outro lado de lá
E o pula-pula segue até o sol raiar.
Se mete em todo buraco, tá com macaca o macaco,
Só fica quieto se a pilha se acabar.
Continuando, pro azar da cozinheira,
Ele vai na geladeira só pra xeretar.
Mistura ovo, abacaxi e marmelada
Com iogurte e carne assada e larga tudo lá.
Pega a toalha e põe embaixo do chuveiro,
Vira a cinza do cinzeiro pra depois soprar.
Gira a cabeça ligeiro, coçando a nuca e o traseiro,
E o coça-coça segue até o sol raiar.
Se esconde dentro de um saco,
Tá com a macaca o macaco.
Só fica quieto se a pilha se acabar.
Qua – qua – ra – qua – qua
Essa semana o macaquinho se complicou
E numa casca de banana o coitadinho escorregou.
Sou mais de frio do que de calor
E não preciso de cobertor.
Se entro de férias vou hibernar
E quando sou branco, sou urso polar.
Danço no circo numa só pata,
De monociclo, sou acrobata.
Sou urso amigo de coração.
Amigo urso, não.
Não sou daninho,
Não tenho astúcia.
Sou só um ursinho de pelúcia.
Mesmo sem jeito, tenho um charminho.
Meu bum-bum balança quando caminho.
Fui roubar mel, correndo feliz,
Veio uma abelha, picou meu nariz.
Um dos presentes mais recomendados,
Sou eu no dia dos namorados.
SOUZA, Okky de, “Plunct, Plact e magia” (01/06/1983) – Veja 769; MEMÓRIA GLOBO. Dicionário da TV Globo, v.1: programas de dramaturgia & entretenimento. Rio de Janeiro, Jorge Zahar Editor, 2003; “Uma Viagem Espacial Através da Imaginação – ”Jornal do Brasil (29/05/1983).
Direção
Augusto César Vannucci (geral)
Roteiro
Wilson Rocha
Destaque
O número musical “O Caderno” de Chico Buarque de Holanda
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