Trilha sonora do especial

 

 

Casa de Brinquedos

Emissora: Rede Globo.

Ano de Produção: 1983.

Gravadora: RGE.

Número de Faixas: 11.

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1 - A Bicicleta - Simone

2 - O Robô - Tom Zé


3 - A Bailarina - Lucinha Lins
 

4 - O Avião - Toquinho
 

5 - O Trenzinho - Roupa Nova

 

6 - Os Super-heróis - MPB-4

7 - O Caderno - Chico Buarque de Holanda

 

8 - O Macaquinho de Pilha - Carlinho Vergueiro


9
- A Espingarda de Rolha - Baby Consuêlo


10 - A Bola - Moraes Moreira


11 - O Ursinho de Pelúcia - Claudio Nucci

 

Em 1983 Toquinho concluiu com o baterista Mutinho um novo trabalho dedicado às crianças: o LP "Casa de Brinquedos". Esse disco seguiu a receita dos ótimos "Arca de Noé" e "Arca de Noé 2", com letras bonitas, não infantilizadas, bem musicadas e interpretadas por nomes de peso da Mpb.

A trilha sonora do especial da Rede Globo nos leva a uma viagem  ao mundo dos objetos inanimados, pelo menos eram até Toquinho habilmente dar vida a eles. Através das canções conhecemos o que cada objeto sente, como se ele quisesse desabafar aquilo que guardou a tanto tempo e aproveita a oportunidade que Toquinho lhes dá de deixá-los falar.

Para dar vida a este amontoados de brinquedos, um time de primeira linha da nossa Mpb foi convocado, que além de interpretarem as canções fazem parte do especial global em números parecidos com videoclipe.

Entre os destaque da trilha sonora estão: a canção "Bicicleta" que chegou as rádios de todo o Brasil na voz de Simone; "O Robô" onde Tom Zé interpreta o personagem com uma voz "metálica", "O Caderno" com Chico Buarque melancolicamente relatando os sentimentos mais íntimos do objeto e "A Bola" com Moraes Moreira, essa última adquire um tom divertido por ficar datada com a estrofe que diz "hoje jogo com o Sócrates, o Zico e o Falcão".

A obra de Toquinho merece ser apreciada por nós adultos, para que possamos lembrar de uma época sem "bundalizações" que transformaram nosso país na "Nadegolândia", mas também pelas crianças de hoje para instruí-las do é que uma infância de verdade.

 

 


A Bicicleta

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Simone

B-I-C-I-C-L-E-T-A
Sou sua amiga bicicleta.

Sou eu que te levo pelos parques a correr,
Te ajudo a crescer e em duas rodas deslizar.
Em cima de mim o mundo fica à sua mercê
Você roda em mim e o mundo embaixo de você.
Corpo ao vento, pensamento solto pelo ar,
Pra isso acontecer basta você me pedalar.

B-I-C-I-C-L-E-T-A
Sou sua amiga bicicleta.

Sou eu que te faço companhia por aí,
Entre ruas, avenidas, na beira do mar.
Eu vou com você comprar e te ajudo a curtir
Picolés, chicletes, figurinhas e gibis.
Rodo a roda e o tempo roda e é hora de voltar,
Pra isso acontecer basta você me pedalar.

B-I-C-I-C-L-E-T-A
Sou sua amiga bicicleta.

Faz bem pouco tempo entrei na moda pra valer,
Os executivos me procuram sem parar.
Todo mundo vive preocupado em emagracer,
Até mesmo teus pais resolveram me adotar.
Muita gente ultimamente vem me pedalar
Mas de um jeito estranho que eu não saio do lugar.

B-I-C-I-C-L-E-T-A
Sou sua amiga bicicleta.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O Robô
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Tom Zé

Quanta coisa ele conhece,
Sabe a tudo responder.
E o que tanto o entristece
É ser humano ele não ser.

Com suas veias de metal
Raciocina e sabe andar.
Mas o que lhe faz tão mal
É não sorrir e nem chorar.

Sou robô e a vida é dura
Quando se é feito de lata.
Sou sem jogo de cintura
E a minha voz é muito chata.

Vou ter sempre algum defeito,
Já perdi a esperança.
Pelo homem eu fui feito
À sua imagem e semelhança.

Nunca tem nenhuma dúvida,
Incansável e seguro.
Por tudo isso ele é considerado
O homem do futuro.

Ser o homem do futuro
Não me anima muito, não.
Todos saberão de tudo,
Mas como eu, sem coração.

Os adultos, sempre sérios,
Sabem só me programar.
Se eles não brincam comigo,
Com criança eu vou brincar.
 

 

 

 

 

 

 

 

 


A Bailarina
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Lucinha Lins

Um, dois, três e quatro,
Dobro a perna e dou um salto,
Viro e me viro ao revés.
Se eu caio conto até dez.

Depois, essa lenga-lenga
Toda recomeça.
Puxa vida, ora essa!
Vivo na ponta dos pés.

Quando sou criança
Viro orgulho da família:
Giro em meia ponta
Sobre minha sapatilha.

Quando sou brinquedo
Me dão corda sem parar.
Se a corda não acaba
Eu não paro de dançar.

Sem querer esnobar
Sei bem fazer um gran de car.
E pra um bom salto acontecer
Me abaixo num demi plier.

Sinto de repente
Uma sensação de orgulho
Se ao contrário de um mergulho
Pulo no ar num gran geté.

Quando estou num palco
Entre luzes a brilhar,
Eu me sinto um pássaro
A voar, voar, voar.

Toda bailarina pela vida vai levar
Sua doce sina de dançar, dançar, dançar.
 

 

 

 

 

 

 

 

 


O Avião

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Toquinho

Sou mais ligeiro que um carro,
Corro bem mais que um navio.
Sou o passarinho maior
Que até hoje você na sua vida já viu.

Vôo lá por cima das nuvens,
Onde o azul muda de tom.
E se eu quiser ultrapasso fácil
A barreira do som.

Minha barriga foi feita
Pra muita gente levar.
Trago pessoas de férias
E homens que vêm e que vão trabalhar.

Dentro eu não faço barulho,
Fora é melhor nem pensar.
Voando pareço levinho,
Mas sou mais pesado que o ar.

Venha voar comigo, amigo.
Sem medo venha voar.
De dia tem o sol brilhando,
De noite quem brilha é o luar.
Venha voar comigo, amigo.
Sem medo venha voar.
Em dia nublado não fique assustado
Que eu tenho radar.

Se às vezes balanço um pouquinho
É o vento querendo brincar.
Se chove chuvisco fininho
São nuvens tristonhas a choramingar.

Se você me vê lá no alto
Voando na imensidão,
Eu fico tão pequenininho
Que caibo na palma da mão.


 

 

 

 

 

 

 


O Trenzinho
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Roupa Nova

Corro o tempo inteiro
E nunca tenho muito tempo pra parar.
Sempre é tanta gente pra partir,
Igualmente pra chegar.

Faço encontros cheios de emoções
E já fiz cruéis separações
De namorados que ficam a chorar.

Levo e trago sempre boas notícias
E também notícias más.
Coisas e assuntos que pra mim
Tanto fez como tanto faz.

O que cansa mesmo a gente é ver
Sempre o mesmo trilho a percorrer
E o velho tic tic tic tic
Num eterno leva e traz.

Isso não tem fim,
Já não agüento mais.
É como se eu corresse na minha frente
E também viesse atrás.

 

 

 

 

 

 

 

 


Os Super-heróis
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MPB-4

Nós somos os super-heróis.
Defendemos nossa nação.
Vivemos nos gibis, nas telas dos cines,
Nos filmes de televisão.
Levamos bandidos, ladrões,
Malfeitores, larápios
A dormir na prisão.

Nós somos os super-heróis.
Lutamos contra quem vier:
Baixinhos, gordinhos, gigantes,
Vilões maquiavélicos, homem ou mulher.
Mas temos momentos na vida
Em que somos pessoas como outras quaisquer.

Eu sou o homem-aranha
E vou lhes contar um pequeno segredo:
Se esqueço da rede subindo num prédio,
Eu fico morrendo de medo.

Eu sou o detetive Batman
E ontem à tarde perdi minha agulha.
Caiu um botão da minha capa e eu
Não pude de noite fazer a patrulha.

Eu sou o leal super-homem
E hoje cedinho, antes de ir pro batente
Estava com sono e passei sem querer
Criptonita na escova de dente.

Eu sou o conhecido Hulk
E vou revelar um segredo contido:
No carnaval na avenida vou me fantasiar
De abacate batido.

Eu sou a mulher-maravilha
E super-mulher que se preza não mente:
Eu fui dar um beijo no meu namorado
E quebrei seus dentinhos da frente.

 

 

 

 

 

 

 

 


O Caderno

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Chico Buarque

Sou eu que vou seguir você
Do primeiro rabisco até o be-a-bá.
Em todos os desenhos coloridos vou estar:
A casa, a montanha, duas nuvens no céu
E um sol a sorrir no papel.

Sou eu que vou ser seu colega,
Seus problemas ajudar a resolver.
Te acompanhar nas provas bimestrais, você vai ver.
Serei de você confidente fiel,
Se seu pranto molhar meu papel.

Sou eu que vou ser seu amigo,
Vou lhe dar abrigo, se você quiser.
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel.

O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado, se lhe dá prazer.
A vida segue sempre em frente, o que se há de fazer.
Só peço a você um favor, se puder:
Não me esqueça num canto qualquer.
 

 

 

 

 

 

 

 


O Macaquinho de Pilha

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Carlinho Vergueiro

O macaquinho quando está de pilha nova
Fica todo entusiasmado, bota pra quebrar.
Abre a torneira e sai molhando a casa inteira
E o rolo de papel higiênico vai desenrolar.
Entope o ralo, fecha a porta, abre a janela
E duas tampas de panela bate até cansar.

Pula do canto de cá pro outro lado de lá
E o pula-pula segue até o sol raiar.
Se mete em todo buraco, tá com macaca o macaco,
Só fica quieto se a pilha se acabar.

Continuando, pro azar da cozinheira,
Ele vai na geladeira só pra xeretar.
Mistura ovo, abacaxi e marmelada
Com iogurte e carne assada e larga tudo lá.

Pega a toalha e põe embaixo do chuveiro,
Vira a cinza do cinzeiro pra depois soprar.
Gira a cabeça ligeiro, coçando a nuca e o traseiro,
E o coça-coça segue até o sol raiar.

Se esconde dentro de um saco,
Tá com a macaca o macaco.
Só fica quieto se a pilha se acabar.
Qua - qua - ra - qua - qua
Essa semana o macaquinho se complicou
E numa casca de banana o coitadinho escorregou.
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A Espingarda de Rolha

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Baby do Brasil



Tenho uma família que só faz maldade,
É um perigo ao povo de qualquer cidade.
Meu avô é bravo e se chama canhão,
Quando vai pra guerra não tem compaixão.

Eu tenho uma tia, mulher do meu tio
Que é muito maldoso e se chama fuzil.
Ela é mais que feia, é assustadora:
È a tagarela da metralhadora.

De nossa família
Temos tanta mágoa,
Eu e meu maninho,
O revolvinho d'água.

Não matar e nem ferir.
Só brincar e divertir:
Essa foi a nossa escolha.
Meu maninho é o revolvinho d'água,
Eu sou a espingarda de rolha.

 

 

 

 

 

 

 

 


A Bola
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Moraes Moreira

Pulo, pulo, pulo, vou de pé em pé.
Da chuteira do menino na vidraça da mulher.

Salto, salto, salto mais que perereca.
Pulo o muro e caio em cima da cabeça de um careca.

Corro, corro, corro na praia de manhã
E quando eu balanço a rede é festa no Maracanã.

Rolo, rolo, rolo rápido e rasteiro
E sou muito maltratada pelos pés de peladeiro.

Pulo, pulo, pulo, vou com quem vier.
Joguei com Nilton Santos, com Garrincha e com Pelé.

Salto, salto, salto com todo carinho.
Joguei com Rivelino, com Tostão e Jairzinho.

Rolo, rolo, rolo com satisfação.
Hoje jogo com Romário, Ronaldinho e Luizão.

Corro, corro, corro do começo ao fim.
Depois que acaba o jogo, ninguém mais lembra de mim.
 

 

 

 

 

 

 

 

 


O Ursinho de Pelúcia

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Cláudio Nucci
 

Sou mais de frio do que de calor
E não preciso de cobertor.
Se entro de férias vou hibernar
E quando sou branco, sou urso polar.
Danço no circo numa só pata,
De monociclo, sou acrobata.

Sou urso amigo de coração.
Amigo urso, não.
Não sou daninho,
Não tenho astúcia.
Sou só um ursinho de pelúcia.

Mesmo sem jeito, tenho um charminho.
Meu bum-bum balança quando caminho.
Fui roubar mel, correndo feliz,
Veio uma abelha, picou meu nariz.
Um dos presentes mais recomendados,
Sou eu no dia dos namorados.

 

 

 

 

 

 

 

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